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Sinais vibratórios ajudam a controlar percevejos

“O método consiste em digitalizar os sinais vibracionais emitidos pelos insetos e reproduzi-los"


Os sinais vibratórios desempenham um papel crucial na comunicação dos percevejos Os sinais vibratórios desempenham um papel crucial na comunicação dos percevejos - Foto: Agrolink

Uma nova opção tecnológica emerge no controle de pragas agrícolas, especialmente os percevejos da família Pentatomidae, como os conhecidos marias-fedidas ou fede-fede. A inovação reside no uso de sinais vibratórios como uma ferramenta eficaz para o manejo. Estes sinais, originalmente utilizados pelos insetos para comunicação, foram digitalizados e artificialmente reproduzidos. 

“O método consiste em digitalizar os sinais vibracionais emitidos pelos insetos e reproduzi-los, de maneira contínua e repetidamente, para interferir no comportamento deles, a fim de, por exemplo, atraí-los ou afastá-los”, detalha o pesquisador Raúl Alberto Laumann, membro da equipe do Laboratório de Semioquímicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Assim, é possível fazer a manipulação comportamental e o controle de insetos-praga em áreas de plantio pela redução da densidade populacional.

Os sinais vibratórios desempenham um papel crucial na comunicação dos percevejos, permitindo a troca de informações sobre sexo, receptividade para cópula e distribuição espacial, especialmente em distâncias curtas ou moderadas. Estudos revelam que esses sinais, que variam entre 60 e 130 Hz, são produzidos pelo abdômen dos insetos e transmitidos para as plantas através de suas patas. Esta descoberta sugere que a utilização dessas vibrações pode ser uma alternativa promissora ou complementar aos feromônios, sinais químicos tradicionalmente usados em armadilhas de monitoramento de pragas agrícolas.

“Adicionalmente, sinais vibratórios com efeito repelente ou que interferem na comunicação têm potencial para o manejo dessas pragas agrícolas, num sistema similar ao da confusão sexual com interrupção do acasalamento, sem o uso de substâncias químicas”, completa.
 

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