Agrishow tem novas cultivares de feijão e batata
As novidades integram um conjunto de tecnologias apresentadas pelo IAC

O Instituto Agronômico (IAC) lançou na Agrishow 2025 duas novas cultivares que prometem avanços para o agronegócio: o feijão carioca IAC 2560 Nelore, com alta tolerância à antracnose e ao escurecimento dos grãos, e a batata-doce IAC Dom Pedro II, biofortificada e alaranjada, com 64,71 vezes mais carotenoides que as variedades mais plantadas no Brasil. Os lançamentos foram divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
As novidades integram um conjunto de tecnologias apresentadas pelo IAC durante a feira, abrangendo ainda áreas como grãos, cana-de-açúcar, engenharia e automação, horticultura e café. Visitantes podem conhecer os pacotes tecnológicos e dialogar com equipes do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e da Secretaria.
O feijão IAC 2560 Nelore oferece um potencial produtivo de 70 sacas por hectare. Segundo o pesquisador Alisson Chiorato, da APTA, o novo material complementa o IAC 2051, cultivar mais procurada no instituto, porém suscetível à antracnose. “Nós o desenvolvemos em função da cultivar IAC 2051, o nosso carro-chefe atualmente. Apesar de todas as qualidades que ele tem, como produtividade, grão claro, escurecimento muito lento, podendo ser armazenado por mais de um ano, ele apresenta suscetibilidade para a antracnose, doença fúngica que pode causar perdas de até 100% do feijoeiro. Por isso o Nelore foi desenvolvido para suprir essa suscetibilidade que o IAC 2051 tem para a antracnose”, explica.
Além da resistência a várias raças fisiológicas do patógeno, o IAC 2560 Nelore apresenta grãos tolerantes ao escurecimento, característica que agrada o consumidor e beneficia a cadeia produtiva, ao permitir o armazenamento por cerca de 12 meses sem perda de qualidade. Seu ciclo agronômico varia de 80 a 85 dias.
Já a batata-doce IAC Dom Pedro II foi desenvolvida com foco na biofortificação de alimentos, com teor de até 77 microgramas de betacaroteno por grama de polpa fresca, comparado a menos de 1 micrograma em cultivares de polpa branca. “Em cultivares de polpa branca, a concentração de betacaroteno é inferior a 1 micrograma, por grama, de polpa fresca de raiz. No caso da IAC Dom Pedro II, o teor pode chegar a 77 micrograma, por grama, de polpa fresca de raiz, por isso, ela é considerada uma cultivar de batata-doce biofortificada”, afirma o pesquisador Valdemir Peressin.
A nova cultivar apresentou produtividade média de 67,18 toneladas por hectare, resultado 48,60% superior à principal variedade cultivada em São Paulo, a Canadense, além de superar em 74,90% a Mineirinha e 120,99% a Uruguaiana. “Sua produtividade superou a dos materiais com as quais foi comparada na pesquisa”, acrescenta Peressin.
A batata-doce IAC Dom Pedro II também se destaca pela precocidade, com ciclo de 100 a 120 dias na primavera/verão e de 120 a 150 dias no outono/inverno. A variedade é apontada como opção nutricional para a alimentação escolar, por meio de programas públicos de aquisição de alimentos.
Desenvolvida por técnicas de melhoramento genético convencional, sem transgenia, a cultivar tem alto pegamento de ramas, raiz tuberosa de formato largo elíptico e pele alaranjada. O trabalho envolveu os pesquisadores Valdemir Antonio Peressin, José Carlos Feltran, Eliane Gomes Fabri, Lilian Cristina Anefalos, Sally Ferreira Blat e Juliana Rolim Salomé Teramoto.
Além da batata-doce Dom Pedro II, o IAC apresenta na Agrishow outras cultivares registradas de batata-doce, variedades de mandioca para mesa e indústria, e uma amostra de plantas aromáticas e medicinais, destacando as ações de transferência de tecnologia para a cadeia de óleos essenciais.