Exportações de feijão brasileiro ameaçadas?
Enquanto isso, no mercado interno, o dia foi de estabilidade

As exportações brasileiras de feijão podem ser afetadas por uma nova onda de protecionismo. Em 2024, os Estados Unidos se tornaram o 12º maior destino do feijão nacional, com a importação de pouco mais de 4 mil toneladas. Agora, ameaças de tarifas comerciais lançam dúvidas sobre esse avanço. Apesar de, até o momento, serem apenas declarações, se concretizadas, as barreiras podem comprometer não só os embarques, mas toda a estratégia de expansão internacional do setor.
Segundo análise do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), qualquer nova tarifa significaria aumento no custo dos embarques, dificuldades na precificação de contratos de longo prazo e margens mais apertadas para os produtores, que ainda enfrentam custos elevados. O impacto seria ainda maior para quem investiu em áreas irrigadas e em variedades específicas para atender mercados externos. O Ibrafe lembra que o mercado global de feijões secos pode superar os US\$ 53 bilhões até 2035 — e o Brasil tem como meta exportar 500 mil toneladas por ano até 2030.
Além disso, o instituto destaca que exportar feijão exige regularidade, qualidade e confiança — elementos que são facilmente abalados por incertezas tarifárias. A possibilidade de barreiras também acende um alerta sobre a necessidade de fortalecer o mercado interno ou buscar novos destinos, o que exigirá articulação diplomática e estratégia profissional.
Enquanto isso, no mercado interno, o dia foi de estabilidade. Em Minas Gerais e Goiás, os preços se mantiveram, e os negócios seguiram no mesmo ritmo, ainda que com menor intensidade por conta do feriado em São Paulo. O recado do Ibrafe é claro: o jogo não está só na lavoura, mas também na arena internacional. E quem produz precisa estar atento às mudanças, diversificar os mercados e contar com apoio institucional para enfrentar os desafios.