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Produção de acácia-negra cresce com demanda por energia

Custos e falta de mão de obra afetam florestas gaúchas



Foto: Arquivo

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (28), o mercado da acácia-negra na região administrativa de Caxias do Sul permanece voltado principalmente à produção de energia. Cerca de 90% da madeira é destinada ao consumo doméstico, ao aquecimento industrial, além de usos em lareiras, olarias, restaurantes, padarias, pizzarias e para a produção de carvão. Uma parcela menor é utilizada como escora na construção civil. Com as temperaturas baixas no período, o corte e a comercialização foram intensificados. Em alguns municípios, houve incentivo ao plantio por parte de indústrias do setor, que forneceram mudas. A cultura mantém condições fitossanitárias adequadas, e os preços da lenha e da casca apresentaram leve elevação.

Na mesma região, a demanda por eucalipto segue estável, com utilização em lenha, toras, postes e carvão. Apesar disso, a implantação de novas áreas e o manejo da brotação permanecem abaixo do esperado, o que pode resultar em escassez nos próximos anos. As condições fitossanitárias são consideradas boas. Os preços variaram entre R$ 120 e R$ 200 por estéreo de lenha empilhada, R$ 170 a R$ 350 para lenha entregue ao consumidor e entre R$ 250 e R$ 350 para lenha picada. Em Lajeado, a redução nas vendas de carvão desacelerou a movimentação de madeira. Produtores têm enfrentado dificuldades com mão de obra e altos custos de exploração, o que tem levado à substituição gradual das florestas por cultivos anuais e pecuária. A produtividade média é de 300 st/ha no primeiro corte, entre seis e sete anos, e cerca de 220 st/ha no segundo corte com rebrota. Os estoques de lenha e carvão vegetal permanecem normalizados, garantindo o abastecimento do mercado nos próximos meses.

Na região de Passo Fundo, os bosques remanescentes estão sendo colhidos, e áreas florestais são convertidas em lavouras anuais. Os preços médios registrados foram de R$ 300 por metro cúbico de madeira para serraria em floresta em pé e de R$ 120 por metro cúbico estéreo para lenha entregue à indústria.

Em relação ao pínus, na região administrativa de Caxias do Sul, os preços e a procura por toras se estabilizaram após quedas nos primeiros meses do ano. O mercado segue com pouca movimentação para toras acima de 30 centímetros e estável para toras de 18 a 30 centímetros. As práticas de desrama e desbaste foram retomadas em áreas de menor diâmetro, mas muitas lavouras ainda são destinadas ao corte raso sem replantio, sendo gradualmente substituídas por outros cultivos. O setor alerta para risco de déficit de madeira nos próximos anos. A cultura apresentou boas condições fitossanitárias.

Em Passo Fundo, a coleta de resina de pínus ocorre de forma lenta e restrita a florestas já exploradas, sem disponibilidade de novas áreas para início da atividade.
 

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