Tendência para o trigo é de queda

Segundo a TF Agroeconômica, os eventos da semana inverteram novamente a tendência do trigo para queda, com expectativa de manutenção por um bom tempo. No entanto, o mercado interno mostra sinais positivos, com aumento na demanda por farinha e farelo de trigo. Caso essa procura se mantenha consistente, pode haver uma retomada da demanda por grãos a partir de meados de junho.

Entre os fatores de alta, destacam-se os problemas nas lavouras dos Estados Unidos, onde as más condições do trigo de primavera nas Grandes Planícies e o excesso de umidade no sul podem atrasar a colheita das variedades de inverno. As exportações americanas também seguem firmes, com 711,4 mil toneladas vendidas na última semana, no limite superior das expectativas do mercado. Além disso, cresce a previsão de redução dos estoques finais dos EUA para 2025/26. No Brasil, os rumores de forte quebra na próxima safra, cada vez mais consistentes, podem puxar os preços da nova temporada para patamares mais altos.

Por outro lado, pesam sobre os preços o início da colheita no Hemisfério Norte, que adicionará ao mercado cerca de 315,73 milhões de toneladas, além dos elevados estoques na Austrália, estimados em 8 milhões de toneladas. No cenário doméstico, a pressão vem dos estoques remanescentes no Rio Grande do Sul, estimados em 357 mil toneladas, da queda do dólar, da retração na moagem e da desvalorização do trigo argentino.

Diante desse cenário, o mercado segue pressionado no curto prazo, mas atento aos riscos futuros, especialmente no Brasil, onde a possível quebra da próxima safra pode alterar rapidamente o quadro de preços.