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Aumento da taxa de juros do FCO encarece credito para produtor rural

As taxas aumentaram em média 2,25% e 23,09% em termos relativos



Foto: Pixabay

A Resolução do Conselho Monetário Nacional – CMN nº 5.235, publicada no dia último dia 11/07/2025, definiu os novos encargos financeiros para os financiamentos rurais com os recursos dos Fundos Constitucionais, aumentando todas as taxas de juros para o setor rural. A partir do dia 14/07/2025, os produtores rurais de Goiás e da região Centro-Oeste, que buscarem recursos de investimentos ou de custeio com recursos do FCO, encontrarão taxas de juros mais altas. A taxa de juros aumentou em média, em termos relativos, 24,09% para os investimentos e 23,09% para o custeio.

Para obter recursos para investimentos, a taxa que era de 8,14% para as categorias mini, pequeno e pequeno-médio produtor, aumentou para 10,40% (sem o bônus de adimplência). Um crescimento de 2,26% de juro real. Em termos relativos, houve acréscimo de 27,76%, enquanto a inflação medida pelo IPCA/IBGE nos últimos 12 meses subiu 5,35%. O que equivale a cinco vezes mais do que a inflação no mesmo período.

Para o médio produtor a taxa de juros saiu de 9,69% e foi para 11,87% (sem bônus de adimplência), aumento de 2,18% de juro real, e 22,50% em termos relativos. Já para o grande produtor as taxas subiram de 11,20% para 13,37%, 2,17% de juros real e 19,38% de aumento relativo.

No que se refere a recursos para custeio, as taxas aumentaram em média 2,25% e 23,09% em termos relativos. Com percentuais que passaram de 8,61% para 11,00% para o mini e pequeno produtor e de 12,00% para 14,14% para o grande produtor (sem bônus de adimplência).

No entanto, os grandes reajustes se deram para as taxas dos financiamentos que são direcionados para as linhas de crédito destinadas ao financiamento de projetos de conservação e proteção do meio ambiente, recuperação de áreas degradas, desenvolvimento de atividades sustentáveis, inovação tecnológica e ampliação, modernização, reforma e construção de novos armazéns (FCO Verde, FCO Irrigação e FCO Armazenagem). A taxa que era de 6,30% (sem o bônus de adimplência passou para 8,60%, reajuste de 2,30% em termos reais e 36,51% de aumento relativo, desestimulando os produtores que adotarem práticas conservacionistas nas suas propriedades.

Em termos gerais, observa-se que as novas taxas penalizaram mais os mini e pequenos produtores, que tiveram aumento em termos relativos de 27,76%, enquanto para os médios foi de 22,50% e para os grandes,19,38%.

Para incentivar e fomentar a produção agropecuária, baixar os preços dos alimentos e consequentemente a inflação, possibilitando a redução da taxa de juros no futuro, o ideal seria, no mínimo, manter os índices atuais sem acréscimo. O setor passa por uma grave crise de endividamento, provocada pelas perdas e quebras consecutivas na produção por causa de oscilações climáticas, queda significativa nos preços e aumentos nos custos de produção.

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