Milho: Início da colheita pressiona preços e fretes reagem
Em Sorriso (MT), os valores recuaram quase 25% em maio

A colheita da segunda safra de milho começou com preços em queda acentuada no mercado brasileiro. Em Sorriso (MT), os valores recuaram quase 25% em maio, chegando a R$ 51,7/sc, e caíram mais 15% na primeira quinzena de junho. Segundo dados divulgados pelo relatório AgroMensal do Itaú BBA, a expectativa para a produção brasileira na temporada 2024/25 é robusta. A safrinha deve alcançar 105 milhões de toneladas, 15% acima da colheita anterior.
Apesar das boas perspectivas, o excesso de chuvas e o clima frio em estados como Paraná atrasaram o avanço da colheita, que segue abaixo da média histórica. Mesmo assim, os fretes já começaram a reagir diante da perspectiva de grande volume.
No cenário internacional, os preços também recuaram. Em Chicago, o milho caiu 5,2% em maio e 2,2% na primeira quinzena de junho, fechando a USD 4,4/bu. O clima favorável no cinturão do milho nos EUA pressiona ainda mais as cotações.
Além disso, a relação de troca com a ureia piorou. A alta do fertilizante encarece a preparação da próxima safra (2025/26), o que pode exigir mais planejamento por parte dos produtores brasileiros.
Outro ponto de atenção está nos estoques globais, que caíram de 285 para 275 milhões de toneladas, segundo o USDA. O número, no entanto, ainda é suficiente para atender à demanda, o que tende a manter os preços pressionados.
No curto prazo, o mercado deve acompanhar o ritmo da colheita, a evolução da produtividade no Brasil e as atualizações climáticas nos Estados Unidos, que entram em período crítico de desenvolvimento das lavouras.