MT: Ritmo lento na colheita do algodão preocupa produtores

A colheita da safra 2024/25 do algodão em Mato Grosso começou em ritmo mais lento que o habitual. Até o dia 27 de junho, apenas 0,21% da área estimada havia sido colhida, o menor índice registrado para o período desde o início da série histórica. O atraso de 1,83 ponto percentual em relação à média dos últimos cinco anos liga o alerta para o calendário do produtor rural.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as chuvas tardias ocorridas no mês de junho foram as principais responsáveis pelo adiamento no início dos trabalhos de campo. As precipitações comprometeram o andamento da colheita em diversas regiões do estado, especialmente onde há predominância de algodão de segunda safra.

As regiões Nordeste e Sudeste do estado lideram o avanço da colheita, com 0,96% e 0,54% da área colhida, respectivamente. Essas localidades concentram maior proporção de lavouras de primeira safra, o que explica a ligeira dianteira no cronograma. Já nas regiões Centro-Sul, Noroeste e Oeste, os trabalhos ainda não começaram, pois as plantações seguem em fase de maturação e abertura dos capulhos.

A expectativa dos analistas é de que o ritmo da colheita ganhe fôlego ao longo do mês de julho, impulsionado especialmente pelas áreas de primeira safra. Em seguida, será a vez das lavouras de segunda safra entrarem no radar das máquinas colheitadeiras.

O clima continuará sendo determinante para o sucesso da operação. Um julho mais seco e estável pode favorecer o avanço rápido das colheitadeiras e amenizar parte do atraso atual. No entanto, qualquer novo episódio de instabilidade climática pode dificultar a logística e impactar a qualidade da fibra.