Trigo no Sul: mercado segue retraído

O mercado de trigo no Sul do Brasil apresenta movimento distinto entre os estados, com negociações concentradas em suprimentos gaúchos. Segundo informações da TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul os moinhos seguem alongados devido a compras anteriores e menor moagem, mantendo o mercado retraído. Preços FOB para vendedores se mantêm em R$ 1.380, enquanto compradores oferecem cerca de R$ 1.250 para retirada em setembro, com pagamento em outubro. Para exportação em dezembro, negócios foram fechados a US$ 226 sobre rodas em Rio Grande, podendo chegar a R$ 1.230 dependendo do câmbio, com até 60 mil toneladas negociadas até o momento.

Em Santa Catarina, o mercado local segue parado, aguardando a colheita, e os moinhos continuam comprando trigo gaúcho, com preços CIF em torno de R$ 1.300/FOB RS. Já os preços da pedra pagos aos produtores recuaram em várias localidades, como Canoinhas (R$ 75/saca) e Chapecó (R$ 72/saca), enquanto Xanxerê registrou alta de R$ 2 para R$ 77/saca.

No Paraná, os moinhos se abastecem principalmente de trigo gaúcho, com negócios entre R$ 1.300 e R$ 1.320 CIF para panificação, e ofertas de trigo novo variando entre R$ 1.400 e R$ 1.450 FOB, enquanto compradores se posicionam em níveis semelhantes. Trigo importado do Paraguai e Argentina também segue em negociação, com preços de US$ 240 a US$ 274, dependendo da safra e local de entrega.

Os preços pagos aos produtores do Sul subiram 2,16% na semana, alcançando R$ 74,63 de média, praticamente igualando-se ao custo de produção calculado pelo Deral, deixando o triticultor no zero a zero. Entretanto, o mercado futuro já chegou a oferecer oportunidades de lucro próximas de 32%, embora a proximidade da colheita reduza tanto os preços quanto as margens de ganho.