Produtores devem aproveitar preços do trigo

Os produtores de trigo do Rio Grande do Sul e do Paraná estão diante de boas oportunidades comerciais neste momento, com preços que, segundo a TF Agroeconômica, justificam a venda imediata por parte de quem precisa de caixa. A consultoria orienta os agricultores gaúchos a não esperar mais, já que os preços atuais de R$ 1.300/tonelada FOB interior estão 8,33% acima dos R$ 1.200 negociados anteriormente para a nova safra.

No Paraná, os preços giram entre R$ 1.450 e R$ 1.480 para a safra atual e R$ 1.400 para a próxima. A consultoria considera essas cotações excelentes para o momento e alerta que a entrada da safra poderá pressionar os valores entre agosto e setembro. No entanto, projeta que as cotações possam superar os R$ 1.500 a partir de fevereiro de 2026. Assim, quem não tiver urgência para comercializar pode optar por aguardar o primeiro semestre de 2026, enquanto os demais devem aproveitar os preços atuais.

Entre os fatores de alta, destacam-se a menor concorrência do Mar Negro, com a Ucrânia exportando 64% menos trigo no início do novo ciclo comercial, e o aumento da área sob seca nos Estados Unidos, que passou de 36% para 43% segundo o USDA, com destaque para Dakota do Sul. Esses elementos limitam a oferta global e tendem a sustentar os preços internacionais.

Por outro lado, fatores de baixa incluem a entrada da colheita abundante do Hemisfério Norte, especialmente na França, a desvalorização do rublo que aumenta a competitividade do trigo russo, e as boas condições gerais das lavouras americanas. Além disso, a Argentina reduziu as retenciones do trigo de 12% para 9,5%, medida que pode incentivar as exportações do país e gerar maior concorrência no mercado internacional.