Colheita da soja entra na reta final
Produtividade da soja varia no RS e colheita entra na reta final

A colheita da soja no Rio Grande do Sul se aproxima da conclusão em várias regiões do estado, mas os resultados têm mostrado forte variação nas produtividades. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (30), a oscilação dos rendimentos é reflexo das condições climáticas e do calendário de plantio adotado pelos produtores.
Na Fronteira Oeste, a colheita avança com percentuais acima de 80% em municípios como Alegrete, Maçambará e Itaqui. Em Alegrete, foram colhidos 80% dos 115 mil hectares cultivados, com produtividades entre 300 e 600 quilos por hectare, embora algumas lavouras implantadas tardiamente tenham alcançado até 1.200 kg/ha. Em Santa Margarida do Sul, a média foi de 510 kg/ha, uma quebra de 83% em relação à expectativa inicial.
Em Itaqui, a média predominante gira em torno de 480 kg/ha, embora áreas pontuais tenham alcançado até 1.500 kg/ha. Algumas lavouras com produtividade inferior a 180 kg/ha foram abandonadas, devido à inviabilidade econômica da colheita. O excesso de umidade provocado pelo orvalho tem atrasado os trabalhos de campo em parte da região, restringindo as operações aos períodos mais quentes do dia.
Na Campanha, o avanço da colheita é menor do que na Fronteira Oeste. Em Caçapava do Sul, 80% dos 40 mil hectares já foram colhidos. As lavouras mais tardias têm mostrado desempenho superior, com produtividades chegando a 2.400 kg/ha nas áreas de maior potencial, mas ainda há registros abaixo de 500 kg/ha. Em Candiota, Aceguá e Bagé, a colheita atingiu 50%, também com grande variação nos rendimentos.
Em outras regiões do estado, os resultados também apresentam heterogeneidade. Em Caxias do Sul, a colheita ultrapassou os 90%, com médias de até 4.200 kg/ha nas áreas mais favorecidas, enquanto zonas impactadas pela estiagem registraram até 1.800 kg/ha. Em Erechim, 98% da área foi colhida, mas as perdas causadas pela falta de chuvas superam os 30%. Em Frederico Westphalen, o rendimento médio ficou em 2.425 kg/ha, com queda de cerca de 30% em relação à previsão inicial.
Em Ijuí, a colheita alcançou 96%, e as lavouras implantadas no período recomendado já foram colhidas. A média obtida foi de 2.100 kg/ha, e áreas irrigadas em segundo cultivo apresentaram potencial de até 2.400 kg/ha. No sistema de sequeiro, o rendimento foi menor, devido à limitação hídrica ao longo do ciclo. A região mantém bom controle fitossanitário, com baixa incidência de ferrugem-asiática.
Em Passo Fundo, 99% das lavouras foram colhidas. Em Pelotas, a colheita avançou de 48% para 56% com o tempo seco, enquanto 40% das lavouras seguem em maturação e 4% ainda estão na fase de enchimento de grãos. Na regional de Santa Rosa, 88% da área foi colhida, com revisões negativas nas estimativas que superam 50%. As produtividades variam de 480 a 2.520 kg/ha, dependendo da distribuição de chuvas, infiltração do solo e manejo adotado.
Na região de Soledade, a colheita se aproxima do fim. No Alto da Serra do Botucaraí e Centro Serra, restam apenas lavouras tardias. No Baixo Vale do Rio Pardo, ainda há áreas significativas a colher. A escassez de precipitações em fevereiro e março encurtou o ciclo das plantas, reduziu o tamanho dos grãos e elevou as perdas, diminuindo a média de produtividade regional. Atualmente, 93% da área foi colhida e 7% está em fase de maturação.