Presidente do Simers, Claudio Bier, projeta vendas mais retraídas na Expointer
O produtor está inseguro, e essa postura reflete no setor

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, manifestou preocupação quanto aos impactos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo ele, a medida, adotada pela gestão de Donald Trump, pode repercutir diretamente nos negócios do setor, criando um ambiente de incertezas entre os produtores rurais.
De acordo com Bier, a principal consequência imediata não está apenas nos números da economia, mas no comportamento dos agricultores diante do cenário. “É uma questão mais psicológica, que faz com que os produtores acabem se retraindo para comprar”, avaliou, em entrevista ao programa Agrolink News – Especial Expointer.
O dirigente observa que o chamado “tarifaço” somado a outros fatores conjunturais amplia a cautela dos clientes e compromete o ritmo das negociações. Entre os elementos citados, ele destacou os efeitos das adversidades climáticas registradas ao longo do ano e a elevação dos juros, que aumentam o custo do crédito e limitam a capacidade de investimento dos produtores.
Mesmo diante das dificuldades, Bier mantém expectativa positiva em relação à Expointer, embora reconheça que o otimismo será menor do que em edições anteriores. “Acreditamos em bons negócios durante a feira, mas é natural que o volume seja mais contido. O produtor está inseguro, e essa postura reflete no setor”, disse.
A avaliação do presidente do Simers reforça a importância da Expointer como vitrine estratégica para o agronegócio brasileiro. A feira, considerada a maior a céu aberto da América Latina, concentra lançamentos, inovação tecnológica e debates sobre os rumos da agricultura e da pecuária. Neste ano, no entanto, o ambiente externo mais hostil e os entraves domésticos criam um pano de fundo desafiador para a indústria de máquinas e implementos.
Apesar da conjuntura adversa, Bier enfatiza que o setor segue resiliente e aposta na força de recuperação do agronegócio. Para ele, superar as barreiras dependerá de equilíbrio entre políticas públicas, estratégias comerciais e capacidade de adaptação dos produtores e das empresas.