Café moído, tangerina e carne bovina lideram alta de preços
Carne bovina registra aumentos de até 28%

Os preços de produtos agropecuários básicos, como café e carne bovina, apresentaram aumentos expressivos no Brasil nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgados em maio pelo IBGE.
O café moído teve alta acumulada de 83,2% no período, liderando o ranking de maiores elevações. O aumento é atribuído a fatores como instabilidades climáticas e flutuações do mercado internacional, que afetam a oferta e os custos da principal commodity agrícola brasileira.
Entre os produtos com maior impacto mensal, a energia elétrica residencial apresentou alta de 1,68%. Já o grupo alimentação e bebidas desacelerou, passando de 1,14% em abril para 0,39% em maio.
No segmento de proteínas, os cortes bovinos populares também encareceram. O acém subiu 28,27%, seguido por alcatra (25,98%), patinho (25,41%), contrafilé (24,17%) e filé-mignon (23,83%). O aumento é reflexo da elevação dos custos de produção e alimentação animal, além da crescente demanda interna e externa.
No setor hortifruti, a tangerina foi destaque com alta de 32,84%, ficando em segundo lugar entre os itens com maior variação de preços. “A inflação, normalmente mensurada pelo IPCA, tem um impacto profundo na vida do consumidor, fazendo com que cada real valha menos do que antes, obrigando todos a repensar prioridades e a se adaptar a um novo cenário econômico em que a estabilidade financeira se torna um objetivo cada vez mais distante”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio-diretor da Multimarcas Consórcios.
Embora o índice geral de preços tenha registrado variação moderada de 0,36% em maio, os produtos do agronegócio seguem pressionando a inflação dos alimentos. O cenário preocupa produtores, cooperativas e gestores públicos.
Especialistas defendem a necessidade de políticas voltadas à resiliência climática, à adoção de tecnologias no campo e à regulação de mercado, como forma de manter a competitividade do setor e garantir o abastecimento interno.
“Com a crescente preocupação dos consumidores em relação ao aumento dos preços, principalmente de alimentos, é crucial estar atento às futuras oscilações no mercado. Com o aumento do IPCA, o encarecimento de produtos essenciais pode se prolongar. Para enfrentar esse cenário, além de repensar as prioridades de consumo, uma dica prática é criar um fundo de emergência específico para a possível variação com as despesas com alimentação, separando mensalmente uma pequena porcentagem extra da renda para evitar ser pego de surpresa com a alta de preços”, orienta Lamounier.