Safra de açúcar 2025/26 no Centro-Sul tem revisão para baixo
“Enquanto isso, os relatórios da Unica apresentaram um quadro um tanto misto"

A Hedgepoint Global Markets revisou para baixo a projeção da safra de açúcar 2025/26 no Centro-Sul do Brasil, devido aos impactos prolongados dos incêndios de 2024 e da seca no início de 2025, que afetaram a produtividade da cana. Apesar das chuvas no final de 2024, o TCH (Toneladas de Cana por Hectare) e o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) estão abaixo do esperado, embora o Índice de Saúde da Vegetação (VHI) tenha mostrado sinais de recuperação conforme a moagem avançou, indicando possível resiliência.
A análise histórica compara esta safra a temporadas como 12/13, 15/16 e 22/23, que tiveram padrões semelhantes de recuperação do VHI e melhora do TCH na segunda metade da safra. O ATR, por sua vez, deve apresentar alta limitada, influenciando o volume final de açúcar e etanol produzidos. A Hedgepoint projeta um ATR em torno de 136,4 kg/t e um TCH acumulado de até 76 t/ha, com cerca de 605 milhões de toneladas de cana moída.
“Enquanto isso, os relatórios da Unica apresentaram um quadro um tanto misto. Embora os dados do final de junho continuassem refletindo um desempenho fraco, a primeira quinzena de julho mostrou volumes de moagem fortes”, observa Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
No mercado, os preços do açúcar bruto subiram 65 pontos em julho, impulsionados por fatores como a possível substituição do xarope de milho pela cana na Coca-Cola dos EUA e importações chinesas. O mix de açúcar surpreendeu positivamente, com estimativas atuais indicando que 52% da produção será de açúcar, acima da expectativa inicial. Com isso, a produção estimada de açúcar foi reduzida em 650 mil toneladas para 40,9 milhões, e as exportações projetadas caíram para 31,9 milhões de toneladas, sinalizando um mercado um pouco mais firme com preços acima de 16 centavos por libra.