Brasil apresenta dados ambientais em evento de oleaginosas
Brasil destaca preservação ambiental na produção de oleaginosas no IOPD 2025

A atribuição de terras para a proteção ambiental e a destinação de áreas em propriedades privadas para a preservação da vegetação nativa foi tema de palestra ministrada pela chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Alves Magalhães, no 27º Diálogo Internacional de Produtores de Oleaginosas (IOPD) 2025, realizado em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 22 e 23 de julho. A edição de 2025 do evento, que é anual, teve como anfitriãs a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) e a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil). Reunindo lideranças do Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França, Paraguai, Canadá e Austrália para discutir os principais desafios e perspectivas da produção global de oleaginosas.
Convidada a falar sobre a sustentabilidade do agro brasileiro, Magalhães apresentou um panorama abrangente da legislação ambiental vigente no Brasil e os compromissos assumidos pelos produtores rurais. Na primeira parte da palestra, Magalhães destacou o papel do País na proteção de terras, comparando a proporção de áreas protegidas em território nacional com a de outros países. Utilizando dados globais e conceitos internacionais, ela apresentou o Brasil como protagonista na preservação ambiental.
A palestra abordou ainda o Código Florestal Brasileiro, com explicações para os convidados estrangeiros sobre as obrigações ambientais atribuídas aos imóveis rurais, o funcionamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os sistemas de monitoramento dessas áreas. Lucíola apresentou as análises da Embrapa Territorial que apontam aproximadamente 33,2% do território nacional comprometido com a preservação ambiental em propriedades privadas.
Na dimensão econômica e social da conservação, a pesquisadora trouxe dados elaborados pela equipe da Embrapa Territorial sobre o patrimônio fundiário imobilizado para fins de preservação e conservação ambiental. O valor das terras soma R$ 3 trilhões.
A dimensão ambiental da palestra contemplou o uso de tecnologias de sensoriamento remoto e sistemas de monitoramento, como o projeto TerraClass e o programa Brasil Mais. Este último, mantido pela Polícia Federal, identifica e coibe o desmatamento ilegal. Também foram mencionados projetos conduzidos por pesquisadores da Embrapa Territorial, como os estudos sobre carbono na citricultura e cafeicultura, a biodiversidade faunística em áreas agrícolas e o compliance ambiental de cafeicultores em Rondônia.
No encontro, as nações participantes redigiram uma resolução conjunta, com foco em temas estratégicos como sustentabilidade, segurança alimentar, uso responsável de insumos e cooperação internacional no agro. O documento reforça o compromisso dos produtores em buscar soluções conjuntas frente às crescentes exigências globais e desafios do setor. Também foi anunciado que o Canadá será o país-sede da 28ª edição do IOPD, marcada para 2026, dando continuidade ao diálogo global entre produtores e fortalecendo os laços institucionais entre os países.
(com informações da Aprosoja)