Aumento dos eventos climáticos intensos sinaliza urgência de ação global
Desastres naturais e ações urgentes
Com a crescente preocupação global em relação às previsões climáticas, extremos e seus impactos devastadores, o engenheiro agrônomo João Pedro Cuthi Dias traz à tona uma análise contundente sobre a urgência de ações diante das mudanças climáticas . Com uma gravidade crescente de eventos como inundações repentinas e secas catastróficas, demonstrando que tais características não são mais casos isolados, mas sim um padrão observado em escala global. A transformação de áreas antes áridas em locais sujeitos a chuvas intensas reflete não apenas um problema local, mas sim uma tendência global alarmante.
O engenheiro agrônomo João Pedro Cuthi Dias destaca a crescente intensidade das interferências globais, evidenciando que eventos extremos como inundações repentinas e secas catastróficas estão se tornando cada vez mais frequentes e graves. Em sua análise, ele destacou exemplos marcantes, como a transformação de regiões áridas em locais expôs chuvas intensas, como ocorreu na Bahia, onde uma falta de infraestrutura de transporte levou à inundação devido ao aumento do volume de chuva. Esses eventos não estão confinados a uma região específica, mas são observados em todo o mundo, desde chuvas torrenciais em Dubai até secas devastadoras na América do Sul.
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Além disso, o aumento do derretimento do gelo polar preocupa Dias, pois isso ocasionará na elevação do nível do mar, ameaçando comunidades litorâneas em todo o mundo. No Brasil, cidades costeiras enfrentam o risco iminente de impactos decorrentes das mudanças climáticas. O engenheiro destaca ainda a disparidade socioeconômica no enfrentamento desses desafios, observando que as populações de baixa renda são as mais afetadas, pois muitas vezes vivem em áreas vulneráveis a desastres naturais e carecem de recursos para se protegerem especificamente.
Diante desse cenário alarmante, Dias enfatiza a urgência de ações concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No entanto, ele confirma que o custo dessas medidas é elevado e pode agravar ainda mais as condições de vida das populações mais vulneráveis. Assim, a questão ambiental se entrelaça com a social, exigindo soluções que considerem não apenas a preservação do meio ambiente, mas também a proteção e o bem-estar das comunidades afetadas.
João Pedro Cuthi Dias enfatiza a necessidade urgente de um esforço global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como ficou evidente na histórica reunião da COP em Paris. No entanto, ele destaca os obstáculos enfrentados devido aos interesses dos grandes lobbies que resistem à diminuição do consumo de combustíveis fósseis. Com um consumo diário de 102 milhões de barris de petróleo e a queima de carvão para produção de energia, as emissões continuam a aumentar, sendo a China, os Estados Unidos e a Índia os maiores emissores globais.
Para combater essa crise climática é preciso entender a importância de descarbonizar a economia e adotar práticas sustentáveis, como a agricultura regenerativa e a fixação biológica de carbono no solo. Ele destaca que essas alternativas são mais eficazes e econômicas do que investir em tecnologias de filtragem industrial, que consomem recursos importantes.
O Brasil, segundo Dias, possui um modelo energético exemplar, com 83% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, como hidroelétricas e fotovoltaicas. Ele destaca o potencial do país em se tornar um líder no mercado de energia verde, especialmente através do desenvolvimento do hidrogênio verde como combustível alternativo, cuja queima não emite carbono, apenas água.
Diante desse cenário, Dias sugere uma abordagem colaborativa e inovadora, destacando que o Brasil possui os recursos e a expertise necessários para liderar a transição global para uma economia de baixo carbono. Este contexto evidencia a necessidade urgente de medidas efetivas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, especialmente considerando as disparidades socioeconômicas que exacerbam os impactos sobre as populações mais vulneráveis.
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