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Algodão volta ao radar de produtores no Paraná

Na década de 1990, o Paraná ocupava a liderança nacional na produção da fibra



Foto: India Water Portal

O algodão volta a ser cogitado como uma alternativa viável e rentável para os produtores do Paraná. A avaliação é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, que destaca o potencial da cultura para se firmar novamente no território paranaense, aproveitando-se da instabilidade nos preços de outras commodities agrícolas e dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas.

No início da década de 1990, o Paraná ocupava a liderança nacional na produção da fibra, com mais de 700 mil hectares cultivados. Hoje, a produção é reduzida, mas as características do cultivo — como a resistência à seca e a exigência por longos períodos de sol — voltam a atrair a atenção do setor. A cultura é considerada adaptável ao clima do Noroeste paranaense, semelhante ao do Cerrado brasileiro, onde se concentram atualmente as maiores áreas produtoras, sobretudo no Mato Grosso.

A vantagem paranaense está também na fertilidade do solo. De acordo com técnicos da Secretaria, esse fator pode permitir o uso de apenas metade da adubação empregada em regiões como o Cerrado. Além disso, o cultivo do algodão contribui para a conservação do solo e pode garantir renda suficiente ao produtor, reduzindo a necessidade de uma segunda safra, o que ameniza o desgaste do terreno.

Segundo a Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), o Estado precisaria cultivar cerca de 50 mil hectares para atender à demanda interna do parque têxtil local. Hoje, essa matéria-prima chega ao Paraná vinda principalmente do Cerrado. Há, pelo menos, dez fiações e sete tecelagens no estado que dependem dessa fibra.

Levantamento realizado em 2014 já apontava um consumo de aproximadamente 60 mil toneladas de plumas no Paraná. A Acopar vê com otimismo a possibilidade de crescimento da cultura e projeta uma retomada gradual nos próximos anos.

Em 2024, três municípios apresentaram produção comercial registrada no Valor Bruto da Produção (VBP). Sertaneja, no Norte do Estado, se destacou como principal produtor. O município aumentou sua área cultivada de 124 hectares, em 2023, para 520 hectares em 2024, elevando a produção de 601 para 2.095 toneladas. Com isso, o VBP subiu de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões, um crescimento de 107%. A expectativa da Acopar é que o cultivo atinja 1,5 mil hectares já em 2025, ampliando a presença do algodão no cenário agrícola estadual. 

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