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Moagem recorde não salva preços do açúcar

Apesar dos bons números, o cenário ainda é incerto



Apesar dos bons números, o cenário ainda é incerto Apesar dos bons números, o cenário ainda é incerto - Foto: Pixabay

O mercado futuro de açúcar em Nova York encerrou a semana com o vencimento outubro/25 cotado a 16,34 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 10 pontos em relação à semana anterior. Segundo Arnaldo Luiz Corrêa, especialista em gestão de risco em commodities agrícolas, os meses mais longos registraram quedas mais acentuadas, possivelmente em função de fixações antecipadas por usinas para as safras 26/27 e 27/28, aproveitando a valorização do cupom cambial em reais por tonelada.

A expectativa pelo relatório da UNICA não se confirmou: a moagem na quinzena atingiu 47,63 milhões de toneladas de cana, 8% acima do ano passado, com um mix de açúcar de 55% e ATR de 144,83 kg/tonelada, 2,5 kg acima do esperado. Esses números abrem espaço para uma safra de 595 milhões de toneladas de cana, com produção potencial de 39,8 a 40,6 milhões de toneladas de açúcar, dependendo do mix final.

Apesar dos bons números, o cenário ainda é incerto. Diversas regiões apresentam canaviais ruins, e muitas usinas já anunciam o fim da safra em outubro. Os fundos mantêm posições vendidas, e os próximos movimentos do mercado dependerão de gatilhos ainda não identificados, segundo o CFTC, agência americana reguladora de commodities.

Para 26/27, a tendência é de recuperação com novas variedades e renovações de canaviais, mas uma safra maior traz risco de preços mais baixos. A expectativa de queda no petróleo Brent e a valorização do real podem reduzir a competitividade do etanol, pressionando os preços do açúcar. O desafio será equilibrar custos crescentes e margens apertadas em um mercado cercado de incertezas.

“Falando agora sobre a safra 26/27, mesmo que seja difícil fazer previsões quando nem consenso existe sobre a safra atual, alguns pontos merecem destaque. A tendência é termos uma recuperação importante, em razão das renovações de canaviais e do avanço das novas variedades de cana, o que pode resultar em uma safra maior. Qualquer número é chute, mas alguns analistas apontam 630-640 milhões de toneladas de cana para o Centro-Sul”, conclui.
 

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