Soja: Brasil exporta volume recorde, mas comercialização interna segue travada
As vendas da safra 2024/25 estão atrasadas

A comercialização da soja no Brasil segue em ritmo lento, apesar do bom desempenho nas exportações. De acordo com análise do CEEMA, referente à semana encerrada em 12 de junho de 2025, o país exportou 14,09 milhões de toneladas da oleaginosa apenas em maio. O volume é 4,9% superior ao registrado no mesmo mês de 2024, consolidando um acumulado de 51,5 milhões de toneladas no ano, o maior já registrado para o período.
Segundo dados da Secex, o aumento no volume exportado reforça a força da soja brasileira no mercado internacional, mesmo diante de um cenário de estoques finais mundiais em alta. O USDA elevou os estoques globais para 125,3 milhões de toneladas, influenciando diretamente nas cotações da Bolsa de Chicago, que fecharam em US$ 10,42/bushel na última quinta-feira (12), levemente abaixo da semana anterior.
No mercado interno, os preços seguem relativamente estáveis. No Rio Grande do Sul, a média estadual ficou em R$ 121,32 por saca, com variações mínimas nas principais praças, como Nonoai e Não-Me-Toque, onde o valor ficou em R$ 119,00. No Mato Grosso, os preços chegaram a R$ 107,00, refletindo a pressão da oferta local.
As vendas da safra 2024/25 estão atrasadas: apenas 64% da produção foi comercializada até o momento, abaixo da média histórica de 76,9%. Já a safra futura 2025/26 apresenta vendas antecipadas de 10,8%, menos da metade da média nacional para o período (20,6%). No Mato Grosso, a comercialização da nova safra chegou a apenas 14,1%, enquanto a safra colhida atingiu 76%, também abaixo da média histórica.
A demanda chinesa continua sólida, com importações estimadas em 112 milhões de toneladas. No entanto, a expectativa de melhores preços faz com que muitos produtores brasileiros posterguem suas negociações. A Abiove, por sua vez, mantém suas projeções otimistas, apontando esmagamento recorde de 57,5 milhões de toneladas em 2025.