Safra de milho surpreende com alta produtividade e deve ampliar exportações, aponta Céleres
Clima foi favorável

A segunda safra de milho 2024/25 no Brasil caminha para ser uma das mais produtivas da história. Segundo dados do boletim mensal da consultoria Céleres, o clima extremamente favorável durante o desenvolvimento da lavoura resultou em um aumento de 8,6% na produtividade em relação à projeção anterior. Com isso, a produção total da “safrinha” deve atingir 119,4 milhões de toneladas — número 18% superior à safra 2023/24 e 9,2% maior que o recorde histórico de 2022/23.
De acordo com o levantamento, as colheitas realizadas principalmente no Mato Grosso têm apresentado amostras com altos índices produtivos, o que pressiona os preços do milho no mercado interno. Mesmo com essa pressão, a competitividade do cereal brasileiro no cenário internacional deve alavancar as exportações, que estão estimadas em 51 milhões de toneladas — um salto de 30,2% em relação à temporada passada.
A demanda interna também mostra sinais de aquecimento. Um dos destaques é o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30%. Essa mudança, aliada aos preços favoráveis do milho para a indústria, deve impulsionar o consumo industrial em 17% em comparação ao ciclo anterior. Já o setor de proteína animal pode crescer 3,9%, motivado por uma relação de troca mais favorável.
Apesar do bom desempenho, a Céleres alerta que o mercado pode não absorver todo o volume colhido. Com isso, o país deve registrar aumento nos estoques finais — que podem alcançar 20,5 milhões de toneladas — e continuidade da pressão sobre os preços, especialmente diante da recente valorização do real frente ao dólar.
Diante desse cenário, a recomendação da consultoria para o produtor é clara: antecipar a comercialização dos grãos para quitar os custos da safra. “A taxa de juros em 15% dificulta a estratégia de retenção, tornando a venda uma alternativa mais segura”, avalia o boletim.