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O caminho da retomada para o setor de máquinas agrícolas em 2025

Projeções para 2025 indicam um crescimento de 8,2%



Foto: Divulgação

Por: Antonio Semmler*

O setor de máquinas agrícolas no Brasil vem enfrentando desafios significativos nos últimos anos, mas há sinais concretos de recuperação. Depois de uma retração expressiva, as projeções para 2025 indicam um crescimento de 8,2%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Além disso, em janeiro deste ano, o setor registrou uma receita líquida de R$ 4,2 bilhões, um crescimento de 23,3% em relação ao mesmo período de 2024. Esses números mostram que, apesar das dificuldades, há espaço para otimismo e um caminho para a retomada do crescimento.

O mercado enfrentou um período de queda devido a uma combinação de fatores, como condições climáticas adversas, redução nos preços das commodities agrícolas e dificuldades no acesso ao crédito. A concorrência internacional também se intensificou, especialmente com a entrada de máquinas importadas da China e da Índia, que juntas responderam por mais de 80% das importações em 2024. Mas, diante desse cenário desafiador, há alternativas viáveis para fortalecer a indústria nacional e garantir um futuro mais promissor para o setor.

Uma das chaves para essa retomada passa pelo acesso ao crédito. Precisamos de políticas de financiamento mais atrativas, como aprimoramentos no Plano Safra e no BNDES, que garantam melhores condições para os agricultores investirem em novas máquinas. Também é essencial reavaliar a porcentagem do Imposto de Importação, que pode chegar em até 60% a depender do valor do produto, para equilibrar a competitividade da indústria nacional frente aos produtos estrangeiros.

Além disso, a reindustrialização do setor pode trazer ganhos significativos, fortalecendo a cadeia de fornecedores e incentivando a inovação tecnológica. Um programa de renovação da frota, estimulando a substituição de equipamentos antigos por modelos mais modernos e eficientes, também contribuiria para um mercado mais dinâmico. E não podemos esquecer o papel das exportações: políticas de garantia e financiamento podem ampliar a presença das fabricantes brasileiras no exterior, diversificando os mercados e reduzindo a dependência do consumo interno.

Outro ponto que merece destaque é a política de compras públicas. Ao priorizar a indústria nacional em licitações governamentais, garantimos não apenas a demanda interna, mas também o fortalecimento da geração de empregos no setor. Esse tipo de estratégia tem um impacto direto no crescimento da economia e na competitividade das empresas brasileiras.

A recuperação do setor de máquinas agrícolas está em curso, e o momento exige ação coordenada entre governo, indústria e produtores. Com as políticas certas, podemos consolidar essa retomada e garantir que o Brasil continue sendo um dos principais mercados de máquinas agrícolas do mundo. O otimismo é real, e os números começam a refletir isso. Agora, é hora de transformar essa tendência positiva em um crescimento sustentável de longo prazo.

*Antonio Semmler é diretor da Motocana, uma das maiores fabricantes de equipamentos personalizados para movimentação de carga pesada no país e referência em maquinário agrícola, atuando nos setores canavieiro, florestal, sucata, guindaste e diversos.

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