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Menor demanda e colheita recorde afetam mercado do milho

Comportamento foi influenciado pelo avanço da colheita da segunda safra



Foto: Leonardo Gottems

De acordo com dados análise agro mensal do Cepea, o mês de julho foi marcado por uma tendência de queda nos preços do milho, apesar de algumas reações pontuais que indicaram uma leve recuperação em algumas regiões. A pressão sobre o cereal no mercado interno foi gerada principalmente pela retração de consumidores, que estavam aguardando uma possível desvalorização mais acentuada do grão. Esse comportamento foi influenciado pelo avanço da colheita da segunda safra, que já mostrava sinais de ser recorde no Brasil, e também pelas exportações enfraquecidas.

A expectativa em torno de uma colheita abundante gerou um cenário de cautela entre os consumidores. Com estimativas que indicam uma safra recorde de milho, os compradores decidiram adotar uma postura mais conservadora, acreditando que os preços do grão poderiam continuar a cair à medida que a oferta aumentasse. Essa espera, somada à desaceleração das exportações, levou os consumidores a priorizarem a utilização de lotes negociados antecipadamente, no intuito de evitar maiores custos em compras futuras.

Por outro lado, o mercado interno foi também impactado pela flexibilidade dos vendedores, que estavam mais dispostos a negociar os preços para acelerar as vendas. A demora na comercialização e as dificuldades de escoamento da produção nacional forçaram muitos vendedores a ajustarem suas expectativas de preço, especialmente diante da previsão de grande oferta. Isso contribuiu para uma dinâmica de preço mais competitiva, onde os compradores tentaram pressionar por melhores condições de negociação.

Em termos de oferta, a colheita da segunda safra, que avançava de forma significativa em julho, foi um fator determinante para o enfraquecimento da pressão de compra. Com o aumento da oferta de milho, os consumidores se sentiram mais seguros para adiar as compras, aguardando uma eventual queda dos preços. O mercado doméstico, assim, se viu envolvido em um ciclo de retração que impactou diretamente as cotações do milho no Brasil.

Enquanto isso, o cenário das exportações também desempenhou um papel crucial. A desaceleração nas vendas externas de milho, devido à redução da demanda em mercados tradicionais e ao aumento da oferta interna, afetou a confiança no mercado. A falta de novos contratos de exportação mais robustos fez com que o mercado interno ficasse ainda mais dependente da movimentação de grãos no território nacional, o que contribuiu para a desaceleração dos preços.

Apesar das quedas registradas em julho, os analistas indicam que o mercado de milho ainda apresenta um potencial de recuperação nas próximas semanas. Com a colheita da safra de verão e a entrada da segunda safra, a oferta do grão tende a estabilizar, o que poderá permitir uma recuperação gradual das cotações. Contudo, o cenário continuará dependente das condições climáticas e da dinâmica das exportações, que seguem como fatores de influência.

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