Evolução dos EPIs garante mais segurança aos aplicadores
Cada situação demanda um tipo específico de EPI

Na ausência inicial de equipamentos específicos para a proteção de trabalhadores rurais, foram adotados itens inadequados, como roupas de PVC e máscaras industriais. Segundo Luiz Carlos Castanheira, engenheiro agrônomo e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), a década de 1980 marcou um avanço, quando a Shell introduziu kits de EPI fabricados em TNT, com proteção direcionada para cada tipo de Aplicação de defensivos. No entanto, materiais como TNT, TYVEK® e PVC mostraram-se pouco eficazes para o campo.
Com o tempo, surgiram vestimentas de algodão tratadas com hidro-repelente, que passaram a garantir mais proteção e conforto térmico aos trabalhadores. A legislação, vale lembrar, exige o uso de EPIs, mas Castanheira destaca que não é possível padronizar a proteção, dada a variedade de culturas e métodos de aplicação existentes.
Cada situação demanda um tipo específico de EPI. Um aplicador de isca peletizada, por exemplo, não enfrenta a mesma exposição de quem opera um pulverizador costal. Da mesma forma, quem pulveriza alface, morango ou café enfrenta riscos distintos de quem trabalha com culturas como cana-de-açúcar, abacate, citrus, abacaxi ou tomate. Além disso, o ambiente — se aberto ou fechado — e o tipo de equipamento (costal, drone, avião agrícola, autopropelido, entre outros) influenciam diretamente na escolha do equipamento de proteção.
Hoje, a indústria já oferece conjuntos específicos de EPI para diferentes culturas e situações, refletindo a evolução no cuidado com a saúde dos trabalhadores. Com produtos menos tóxicos, aplicação mais eficiente e EPIs adequados, é possível alcançar um equilíbrio entre produtividade e segurança no campo.
“Dessa maneira, hoje é possível garantir que, em função do uso de produtos menos tóxicos, o desenvolvimento de equipamentos de aplicação mais eficientes, e a evolução do conceito de proteção do trabalhador, com EPI específicos para cada situação de trabalho, os trabalhadores do campo podem hoje contar com mais segurança e conforto em suas atividades”, conclui.