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Guerra tarifária com EUA pressiona infraestrutura no Brasil

"Trata-se de um evento que foge à área econômica comum"



"Trata-se de um evento que foge à área econômica comum" "Trata-se de um evento que foge à área econômica comum" - Foto: Pixabay

O aumento das tarifas de importação sobre produtos brasileiros, anunciado pelos Estados Unidos e previsto para entrar em vigor em agosto, deve trazer efeitos significativos para o setor de infraestrutura nacional. A medida pode comprometer contratos de concessão em vigor e inviabilizar projetos ainda em fase de estruturação. Entre os principais impactos estão a redução na demanda logística e o encarecimento de insumos e equipamentos, exigindo articulação entre governo e concessionárias para evitar desequilíbrios contratuais.

Segundo Caio de Souza Loureiro, sócio da área de Infraestrutura e Energia do escritório TozziniFreire, a situação exige atenção especial: “Apesar de existirem precedentes de reversão total ou parcial de tarifas, é essencial que os contratos estejam preparados para essa nova realidade. Trata-se de um evento que foge à área econômica comum”. Especialistas projetam uma queda de até US$ 16,5 bilhões nas exportações brasileiras até 2026, afetando diretamente setores como agro e mineração, que dependem fortemente da malha logística.

Além disso, caso o Brasil adote medidas de reciprocidade, os custos de equipamentos e insumos importados dos EUA devem subir, especialmente nos setores de energia e telecomunicações. “Nesse caso, o impacto decorre diretamente de ato do governo, o que facilita seu enquadramento como ‘fato do príncipe’ ou alteração tributária, abrindo margem para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. Estudos técnicos e sensibilidade do poder concedente serão fundamentais para preservar a viabilidade das concessões”, avalia Loureiro.
 

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