Soja: tendência de baixa no início de agosto em Chicago
China intensifica compra de farelo com preço menor

As cotações da soja apresentaram continuidade na tendência de baixa nos primeiros dias de agosto em Chicago. Segundo análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), divulgada nesta quinta-feira (7), o contrato da oleaginosa para o primeiro mês de vencimento manteve o valor de US$ 9,61 por bushel entre os dias 1º e 6 de agosto, com leve alta no fechamento do dia 7, a US$ 9,71. Na comparação semanal, houve variação positiva de US$ 0,10, embora o valor médio de julho tenha ficado em US$ 10,09 por bushel, o que representa recuo de 3,8% em relação à média de junho.
Segundo a Ceema, o bom desempenho da safra norte-americana e os efeitos do conflito comercial entre Estados Unidos e China seguem influenciando os preços. A instituição destaca que “o tarifaço de Trump, atingindo a China, e a retaliação chinesa, com tarifa de 13% sobre a soja norte-americana, enfraquecem as cotações em Chicago”.
No campo, 69% das lavouras de soja dos Estados Unidos estavam classificadas como boas ou excelentes em 3 de agosto, levemente acima dos 68% registrados no mesmo período do ano anterior. Ainda de acordo com o relatório, 85% das lavouras estavam em fase de florescimento, percentual igual ao registrado um ano antes, e 58% em formação de vagens, também em linha com a média histórica.
Apesar das pressões sobre os preços, as exportações norte-americanas de soja seguem aquecidas. Na semana encerrada em 31 de julho, os embarques somaram 612.539 toneladas, superando as expectativas do mercado. Com isso, o volume exportado no atual ano comercial atingiu 47,8 milhões de toneladas, 11% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
No cenário internacional, a China intensificou a compra de farelo de soja da Argentina, aproveitando-se de preços mais baixos. Nesta semana, foram adquiridas 30 mil toneladas ao preço de US$ 345,00 por tonelada, com frete incluído. Segundo a análise, desde 2019 o país asiático mantém essas compras, impulsionadas pela recente redução do imposto de exportação argentino, que passou de 31% para 24,5%, aumentando a competitividade do produto argentino frente ao mercado interno chinês.