Clima instável atrasa semeadura do trigo
Preço do trigo tem leve recuo no RS

A semeadura do trigo no Rio Grande do Sul alcançou 50% da área prevista, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (3). O avanço ocorreu após um período de tempo firme entre os dias 23 e 27 de junho, que permitiu aos produtores retomar as operações paralisadas pelas chuvas recorrentes nas semanas anteriores.
De acordo com o boletim, “a emergência das plantas ocorre de forma relativamente uniforme, com bom estande inicial e sem prejuízos significativos”. No entanto, algumas áreas com declividade acentuada exigiram replantio, especialmente onde houve dessecação prévia à semeadura e maior incidência de erosão laminar.
Nas lavouras onde foi adotada a prática de semeadura de culturas outonais logo após a colheita da soja, os danos causados por erosão foram menores. Mesmo assim, o estabelecimento pleno da cultura depende das chuvas nas próximas semanas.
“O potencial produtivo pode ser reduzido em áreas afetadas por lixiviação de nutrientes e encharcamento do solo”, alertou a Emater/RS-Ascar. A condição tem dificultado o perfilhamento das plantas e inviabilizado, em algumas lavouras, a aplicação da adubação nitrogenada no momento ideal.
A previsão é de que a área cultivada com trigo no estado alcance 1.198.276 hectares, com uma produtividade estimada em 2.997 kg/ha. A expectativa é de que o tempo seco e as temperaturas mais baixas favoreçam a continuidade da semeadura dentro do período indicado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), além de permitir a retomada de tratos culturais, como o controle de plantas daninhas e a aplicação de fungicidas.
Em relação aos preços, o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar indicou leve recuo de 0,14% no valor médio da saca de 60 quilos, que passou de R$ 70,60 para R$ 70,50. Em Cruz Alta, o preço do produto disponível manteve-se estável em R$ 78,00.