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Caruru pode provocar perdas de até 91%

No Brasil, existem cerca de 20 espécies do gênero Amaranthus



Foto: Anderson Cavenaghi

As perdas de produtividade provocadas pela infestação de caruru (Amaranthus spp.) nas lavouras de milho e soja têm sido severas. Em casos extremos, os prejuízos chegam a 91% nas lavouras de milho e 79% na soja, inviabilizando a colheita e elevando drasticamente os custos de produção. Essa planta daninha, considerada uma das mais agressivas do campo, vem se espalhando com velocidade em várias regiões do Sul do Brasil, preocupando agricultores e técnicos pelo seu alto poder de disseminação e resistência aos herbicidas mais utilizados.

Nos últimos anos, a presença da espécie Amaranthus hybridus — invasora originária da América do Norte — se intensificou, especialmente no Rio Grande do Sul, onde produtores já relatam perdas significativas. Com crescimento rápido, ciclo de vida curto (cerca de 80 dias) e alta capacidade de adaptação, o caruru se destaca por competir diretamente com culturas comerciais por luz, água e nutrientes, afetando o desenvolvimento das plantas desde a germinação.

Caruru: a planta daninha que desafia o agro brasileiro

Nas últimas safras houve um crescimento agressivo do caruru competindo nas lavouras de soja. uma única planta de Amaranthus palmeri pode produzir entre 200 mil e 600 mil de sementes quando estão nas áreas de produção. Isso significa potencial de infestação. Máquinas agrícolas colhem em áreas com caruru, ficam contaminadas e acabam transportando as sementes para outras lavouras.

Além da competição direta, o caruru atrapalha a colheita mecanizada e atua como hospedeiro de pragas e doenças. Sua resistência ao glifosato e a outros herbicidas, como os inibidores de ALS, dificulta ainda mais o manejo, obrigando os agricultores a recorrerem a tecnologias alternativas e a um número maior de aplicações, o que eleva o custo da produção.

Desafio crescente no campo

Um dos principais problemas enfrentados pelos produtores é o efeito residual da planta no solo. Mesmo poucas plantas remanescentes podem formar um banco de sementes que compromete a safra seguinte. Por isso, o controle do caruru não pode ser deixado apenas para o pós-emergente.

Especialistas recomendam a adoção de herbicidas pré-emergentes como estratégia eficiente para conter o avanço da planta daninha. Com a aplicação antes do plantio, é possível garantir que a soja ou o milho se desenvolvam sem a interferência do caruru, favorecendo o pleno aproveitamento dos insumos e o desempenho da lavoura.

O uso de um bom pré-emergente permite que a soja se desenvolva sem interferências, o que impacta diretamente na produtividade e resulta em mais rentabilidade para o produtor.

Custo mais alto e rentabilidade ameaçada

A resistência do caruru aos herbicidas tradicionais levou à necessidade de estratégias integradas de manejo, combinando práticas culturais, rotação de culturas e o uso de tecnologias inovadoras. O aumento dos custos operacionais e o risco de perdas totais em áreas infestadas acendem um sinal de alerta para o setor produtivo.

No Brasil, existem cerca de 20 espécies do gênero Amaranthus, sendo 11 registradas no Rio Grande do Sul. No entanto, o avanço da espécie A. hybridus tem provocado impactos mais severos devido à sua agressividade e adaptação rápida às condições do solo e clima.

A expansão do caruru exige atenção redobrada dos produtores e reforça a necessidade de políticas de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento de novas soluções para o controle dessa planta daninha. Ignorar o problema significa colocar em risco a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade das lavouras no país.

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