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Pressão externa e safra recorde: preços do milho seguem em queda no Brasil

Desvalorização reflete postura mais cautelosa de compradores no mercado interno



Foto: Pixabay

Os preços do milho mantiveram trajetória de queda na última semana, segundo levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A desvalorização reflete não apenas a pressão do cenário internacional, mas também a postura mais cautelosa de compradores no mercado interno.

De acordo com pesquisadores, a produção global recorde é um dos principais fatores que têm limitado as cotações. Estados Unidos e Brasil aparecem como protagonistas neste movimento, com colheitas robustas que elevam a oferta mundial e reforçam a expectativa de preços mais baixos ao longo do semestre.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que a safra norte-americana de milho 2025/26 alcance 425,25 milhões de toneladas, volume histórico. Para o Brasil, a projeção é de 131 milhões de toneladas. No total, a produção mundial deverá chegar a 1,28 bilhão de toneladas, superando o patamar de 1,22 bilhão registrado na temporada 2024/25.

No mercado doméstico, compradores atuam de forma retraída, aguardando novas desvalorizações. Segundo o Cepea, além do avanço da colheita, pesa sobre o setor a dificuldade de armazenamento diante da safra volumosa e a pressão financeira para quitação de dívidas agrícolas nos meses de agosto e setembro. Esse cenário tem levado produtores a intensificarem as vendas, mesmo diante de preços mais baixos.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reforça esse panorama. Em seu último relatório, divulgado no dia 14, a estatal projetou a produção brasileira em 137 milhões de toneladas para 2024/25, número 18% superior ao registrado em 2023/24 e também recorde histórico. Essa estimativa adiciona ainda mais pressão sobre as cotações no mercado interno.

Para especialistas, a combinação entre safra farta, limitações logísticas e cenário internacional pressionado cria um ambiente desafiador para o produtor brasileiro. Ao mesmo tempo, a indústria de rações e os exportadores tendem a ser favorecidos por custos mais baixos de aquisição da matéria-prima, o que pode gerar competitividade adicional para o milho brasileiro no mercado externo.

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