Açúcar: aumento da mistura de etanol na gasolina pressiona preços
No Brasil, os preços internos permaneceram firmes

O mercado de açúcar encerrou julho com preços em alta, reflexo direto do aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, que entrou em vigor a partir de agosto. A mudança para o B15 elevou a demanda pelo biocombustível, impactando o mix de produção das usinas e sustentando as cotações do adoçante.
Segundo o relatório Agro Mensal Itaú BBA, a maior destinação da cana para produção de etanol reduziu a oferta de açúcar no mercado, pressionando os preços internacionais. A volatilidade do petróleo e a incerteza geopolítica global também contribuíram para a oscilação das cotações.
No Brasil, os preços internos permaneceram firmes, apoiados pela competitividade das exportações. O real mais fraco frente ao dólar favoreceu os embarques, garantindo margens atrativas para o setor sucroenergético.
No cenário internacional, a demanda por açúcar brasileiro segue elevada, especialmente por parte de países asiáticos e do Oriente Médio. A redução da oferta de alguns concorrentes, como Índia e Tailândia, ampliou o espaço para o produto nacional no mercado global.
O clima favorável nas regiões produtoras de cana-de-açúcar ajudou a manter um bom ritmo de moagem, mas a expectativa é de que as usinas continuem priorizando o etanol enquanto a paridade de preços se mantiver vantajosa.
Para os próximos meses, o setor seguirá atento às variações cambiais e à evolução da demanda global, com projeções que indicam continuidade de preços sustentados até o encerramento da safra 2025/26.