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Pix incomoda e vira alvo dos Estados Unidos

Essa não é a primeira ofensiva dos EUA contra sistemas similares



Essa não é a primeira ofensiva dos EUA contra sistemas similares Essa não é a primeira ofensiva dos EUA contra sistemas similares - Foto: Pixabay

O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, iniciou uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais no setor digital, tendo como foco o sistema de pagamentos instantâneos Pix. A apuração, conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), ocorre com base na Seção 301 da Trade Act e pode levar à imposição de tarifas ou restrições contra o país.

Segundo o USTR, o Pix, por ser gratuito para pessoas físicas e desenvolvido pelo Banco Central, representa uma distorção de mercado que afeta empresas norte-americanas como PayPal, Visa, Mastercard, Apple Pay e Google Pay. A investigação também engloba temas como proteção de dados, decisões judiciais brasileiras que impactaram plataformas digitais dos EUA, além de críticas ao combate à pirataria e alegadas vantagens do agronegócio brasileiro por atuação em áreas desmatadas ilegalmente.

Essa não é a primeira ofensiva dos EUA contra sistemas similares. Em 2024, o governo americano usou o mesmo mecanismo para questionar o QRIS da Indonésia, impondo tarifas de até 32%. No caso do Brasil, o embate também tem motivações políticas. Trump mencionou o processo judicial contra Jair Bolsonaro e ameaçou aplicar tarifas de 50% a produtos brasileiros, enquanto nomes ligados ao trumpismo, como o bilionário Peter Thiel, têm interesse direto em empresas concorrentes ao Pix.

A reação do governo brasileiro veio com críticas públicas e ironia nas redes sociais. Especialistas avaliam que o ataque ao sistema estatal de pagamentos brasileiro é uma tentativa de proteger o domínio das big techs americanas, num momento em que o Banco Central do Brasil avança em planos de internacionalização do Pix por meio de acordos com outros países e participação no projeto Nexus, coordenado pelo G20 e o Banco de Compensações Internacionais. A audiência pública do caso está marcada para 3 de setembro.
 

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