Trigo no Sul: mercado segue estável
No Paraná, o plantio atingiu 96% da área estimada
No Paraná, o plantio atingiu 96% da área estimada - Foto: Paulo kurtz/ Embrapa
O mercado de trigo no Sul do Brasil segue com poucos negócios, refletindo margens apertadas dos moinhos, moagem reduzida e incertezas com relação à nova safra. Segundo a TF Agroeconômica, o plantio no Rio Grande do Sul acelerou no fim de semana com a presença do sol, mas ainda está abaixo da média histórica. A estimativa do mercado aponta para uma forte redução na produção estadual, podendo alcançar apenas 2,5 milhões de toneladas.
Na safra velha gaúcha, os negócios são pontuais, com pagamentos sob demanda a, no máximo, R\$ 1.330/t. Compradores estão muito exigentes, rejeitando lotes com defeitos leves de coloração. A disponibilidade de trigo ainda garante abastecimento até a nova colheita, com cerca de 360 mil toneladas disponíveis no final de junho e previsão de 130 mil toneladas em outubro. A exportação continua enfraquecida, com preços na casa de R\$ 1.270/t para dezembro. Em Panambi, o preço da pedra manteve-se em R\$ 70,00/saca para o produtor.
Em Santa Catarina, apesar da boa oferta de trigo, a moagem está limitada pelas margens reduzidas dos moinhos. A semana foi marcada por poucas negociações, com preços estáveis: R\$ 1.400/t FOB para trigo pão. A ampla oferta de trigo gaúcho entre R\$ 1.330 e R\$ 1.360 FOB impede avanços nos preços. A safra nova ainda não tem indicações firmes, mas sementeiros relatam queda de 20% nas vendas de sementes. A CONAB prevê queda de 6,3% na produção catarinense, mesmo com aumento de área plantada. Os preços da pedra mantiveram estabilidade na maioria das praças, com destaque para São Miguel do Oeste, onde subiram a R\$ 79,00/saca.
No Paraná, o plantio atingiu 96% da área estimada, com 82% das lavouras em boas condições, mas há preocupação com o impacto das geadas sobre áreas em floração e com o risco de doenças. O mercado da safra velha segue praticamente paralisado, sem negociações efetivadas. O trigo importado da Argentina e do Paraguai chega com preços semelhantes ao do nacional, pressionando o mercado interno. Para a safra nova, os preços estão 18,4% acima da mesma época do ano passado, variando entre R\$ 1.400 e R\$ 1.450 CIF, mas sem negócios registrados. A média da pedra recuou 0,35% na semana para R\$ 77,42/saca, reduzindo a margem de lucro do produtor para 5,29%, segundo o Deral.
