Fertilizantes são chave contra fome e clima
Garantir o fornecimento adequado de fertilizantes é parte essencial da solução

Segundo Ricardo Tortorella, economista e diretor-executivo da Associação Nacional de Difusão de Adubos (ANDA), o novo “Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024”, divulgado por FAO, FIDA, OPS/OMS, WFP e UNICEF, revela uma situação alarmante para a América Latina e o Caribe. O relatório destaca que o aquecimento global e os eventos climáticos extremos já impactam gravemente a produção agrícola, o acesso e a qualidade da nutrição, afetando 41 milhões de pessoas na região apenas em 2023.
De acordo com Tortorella, 74% dos países latino-americanos e caribenhos enfrentam condições climáticas adversas com frequência, enquanto 52% deles apresentam alta vulnerabilidade à subalimentação. Problemas como crises econômicas e desigualdade social agravam ainda mais a insegurança alimentar, especialmente em comunidades rurais e entre as mulheres, evidenciando uma fragilidade estrutural preocupante.
Nesse contexto, garantir o fornecimento adequado de fertilizantes é parte essencial da solução. Para o economista, os adubos são fundamentais para elevar a produtividade agrícola, melhorar a fertilidade do solo e proporcionar colheitas mais abundantes e nutritivas. No Brasil, por exemplo, o uso racional de fertilizantes tem colaborado para ganhos consistentes de produtividade.
Tortorella reforça que combater a fome e a má-nutrição depende de ações integradas à agenda climática e de políticas públicas que assegurem insumos de qualidade para o setor agrícola. Ignorar esses desafios compromete o futuro de milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema.
“A luta contra a fome e a má-nutrição exige ações integradas à agenda do clima. As mensagens do “Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024” contêm um alerta urgente: é preciso agir agora para mitigar os danos das emissões de carbono e do aquecimento global, que têm implicações diretas na vida das populações mais vulneráveis. Ignorar essa urgência, como se observa em vários países, é colocar em risco o futuro de milhões de pessoas, especialmente aquelas em situação de pobreza extrema. Por isso, cada um de nós precisa fazer sua parte!”, conclui.