Picanha, cerveja e café ficam mais caros no Sul
Por outro lado, alimentos do almoço, como legumes, registraram quedas expressivas

Em junho, itens tradicionais como carne bovina, cerveja e café puxaram para cima o valor da cesta de compras no Sul do Brasil. Segundo levantamento da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados especializado na cadeia de consumo, o café em pó e em grãos subiu 3,3% em relação a maio, passando de R$ 74,18 para R$ 76,62. A carne bovina também teve alta de 3,3%, enquanto a cerveja e a farinha de trigo aumentaram 2,5% cada.
De acordo com Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos da Neogrid, a alta nos preços reflete fatores como oferta reduzida, demanda internacional aquecida, custos de insumos e transporte e variações cambiais. Mesmo em plena colheita, a oferta global de café segue abaixo da demanda. Além disso, itens como margarina e ovos continuam pressionando a cesta devido aos altos custos de produção e exportações firmes.
“Apesar de estarmos no período de colheita do café, entre maio e agosto, a oferta global permanece abaixo da demanda, o que sustenta os preços em alta. No caso dos ovos, ainda pesam os custos de produção e exportações em ritmo forte”, comenta.
Por outro lado, alimentos do almoço, como legumes, registraram quedas expressivas. Nacionalmente, o recuo médio foi de 5,1% em relação a maio. Também caíram os preços de ovos (-3,2%), arroz (-2,4%), molho de tomate (-1,1%) e feijão (-0,8%). No Sul, os recuos mais significativos foram da farinha de mandioca (-7,2%), ovos (-6,6%) e arroz (-5,2%).
No acumulado entre dezembro de 2024 e junho de 2025, o café lidera os aumentos com alta de 42,2%, seguido por ovos (8,2%) e margarina (4,3%). Mesmo com alívios pontuais, o consumidor ainda sente os impactos dos reajustes em produtos tradicionais e essenciais.