Brasil avança na agricultura com foco em economia circular
O tomate, por exemplo, gera subprodutos como óleo de sementes

Reconhecido mundialmente como potência agrícola, o Brasil começa a se destacar também pela adoção da economia circular no campo. Essa abordagem transforma resíduos da produção em novos insumos e oportunidades, fortalecendo cadeias de valor e ampliando impactos sociais, ambientais e econômicos. Produtos como tomate, coco, cenoura, limão e berinjela foram exemplos de como é possível reduzir desperdícios e inovar com inteligência.
Segundo Luís Schiavo, CEO da Naval Fertilizantes, esse novo olhar sobre os resíduos reflete a evolução do agronegócio brasileiro. O setor deixou de tratar sobras como problema e passou a enxergá-las como fontes de renda, inovação e sustentabilidade. Ele destaca que fertilizantes bem aplicados aumentam a qualidade dos resíduos e favorecem o retorno desses materiais ao solo de forma benéfica.
O tomate, por exemplo, gera subprodutos como óleo de sementes, extratos concentrados e fertilizantes orgânicos. O coco tem reaproveitamento quase total: da casca à fibra, é usado em jardinagem, substratos, carvão ativado e até condicionadores de solo. A cenoura, esses resíduos representam até 30% do processamento, vira farinha funcional ou adubo natural.
O limão, após a extração do suco, fornece óleos essenciais, pectina, compostos orgânicos e aromatizantes. Já a berinjela, menos explorada, tem suas sementes utilizadas em suplementos e a polpa em alimentos funcionais ou até como base para bioplásticos. Esses exemplos mostram como a agricultura brasileira está integrando inovação e sustentabilidade, promovendo um ciclo produtivo mais inteligente e completo.