CI

Produtores de trigo em alerta por umidade

Excesso de chuva atrasa plantio de trigo no Rio Grande do Sul



Foto: Canva

O plantio de trigo no Rio Grande do Sul enfrenta desafios nesta safra devido ao excesso de umidade no solo e às chuvas intensas, que têm atrasado a semeadura em diversas regiões. Uma pequena parte da área projetada foi implantada, e os agricultores aguardam melhores condições climáticas para avançar na operação. A situação já causa a observação de erosão do solo, o que gera cautela entre os produtores. As informações são do Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (5).

A redução na área cultivada em relação à safra anterior e ajustes nas estratégias de investimento, incluindo maior uso de sementes salvas, são observados. Apesar dos contratempos, as lavouras já estabelecidas apresentam desenvolvimento vegetativo satisfatório, mantendo as expectativas de produtividade dentro dos parâmetros esperados para o período.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a semeadura do trigo avançou muito pouco devido às fortes precipitações registradas. Os trabalhos foram retomados a partir de 31 de maio apenas nas áreas com melhor drenagem e solos de textura arenosa. As aplicações de herbicida para manejo pré-semeadura também foram comprometidas pelo excesso de umidade no solo, que limita o acesso do maquinário e diminui a eficácia dos agrotóxicos. Em São Borja, os produtores manifestam apreensão, pois algumas lavouras em fase de germinação e emergência receberam mais de 300 mm de chuvas em menos de uma semana. Estima-se que apenas 4.500 hectares foram plantados de uma área total prevista de 30 mil hectares. Em Maçambará, somente 5% da área foi plantada até o momento, de um total de 14 mil hectares previstos. Já em São Gabriel, 10% dos 9.000 hectares esperados estão plantados. A expectativa é de que, no mínimo, um terço das lavouras seja estabelecido com sementes salvas. Na Campanha, o plantio ainda não começou, e o Zoneamento Agrícola teve início em 1º de junho. A maioria dos municípios da região deve ter diminuição de área em comparação com o ano passado, exceto Hulha Negra e Lavras do Sul.

Na região de Caxias do Sul, a semeadura começará na próxima semana nos municípios de menor altitude, enquanto nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra a maior área de trigo da região, a semeadura está prevista para julho. Em Erechim, a área prevista para esta safra é menor que a cultivada na safra anterior.

Na região de Frederico Westphalen, a semeadura avançou pouco devido à alta umidade do solo e à precipitação registrada na última quarta-feira (28). Cerca de 6% da área foi implantada e apresenta bom desenvolvimento. Os produtores aguardam condições edafoclimáticas favoráveis para intensificar a semeadura.

Em Ijuí, a semeadura atingiu 19 mil hectares. Os trabalhos foram intermitentes devido às chuvas, ocorrendo em 26 de maio e sendo retomados apenas em 1º de junho. As lavouras estabelecidas apresentam desenvolvimento vegetativo dentro do esperado. As chuvas intensas de 27 e 28 de maio provocaram escorrimento superficial, resultando na formação de pequenas voçorocas, especialmente em talvegues previamente recuperados. Os produtores intensificaram os esforços na dessecação das lavouras, mas há maior pressão de azevém e de soja remanescentes.

Na região de Pelotas, a semeadura ainda não teve início, e os agricultores continuam preparando as lavouras e adquirindo insumos.

Na região de Santa Maria, a área prevista para cultivo deve ser confirmada, considerando as condições climáticas e a disponibilidade financeira dos agricultores. Em Tupanciretã, município de maior área a ser implantada na região, as lavouras devem somar 12 mil hectares, representando uma redução dos 14 mil hectares inicialmente previstos.

Em Santa Rosa, a semeadura avança lentamente, alcançando 10%. Os agricultores aguardam condições climáticas favoráveis para prosseguir com a semeadura das áreas já preparadas. Nas lavouras implantadas, a cultura está em desenvolvimento vegetativo e as condições são consideradas satisfatórias para essa fase. Os produtores realizam adubação nitrogenada em cobertura e controle de plantas espontâneas. A estimativa inicial de produtividade é de 3.240 kg/ha. As precipitações ocasionaram erosão em sulcos em algumas lavouras.

Por fim, na região de Soledade, a semeadura atingiu 10% da área estimada, podendo se estender até 20 de julho para a maioria dos municípios, conforme o Zoneamento Agrícola. Propostas de custeio estão sendo elaboradas.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.