Chuvas regularizam emergência do trigo
Lavouras gaúchas se desenvolvem com uniformidade

O Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (31), aponta que a semeadura do trigo no Rio Grande do Sul está tecnicamente encerrada. De acordo com o levantamento, restam apenas áreas pontuais a serem concluídas, o que não interfere no andamento geral da safra. A instituição informa que “o cronograma de implantação manteve-se dentro da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), assegurando a conformidade técnica e a adequada condução da safra”.
As chuvas registradas nos dias 26 e 27 de julho foram consideradas favoráveis ao cultivo. Até então, o mês havia apresentado um cenário de déficit hídrico, com volumes de precipitação insuficientes para repor a umidade do solo. Segundo a Emater/RS-Ascar, “as lavouras implantadas na segunda semana de julho, que apresentavam a emergência inicialmente lenta em função do déficit hídrico no solo, foram uniformizadas após a recarga de umidade proporcionada pelas chuvas do período, garantindo população de plantas próxima ao ideal”.
As lavouras semeadas entre o fim de maio e o mês de junho estão, em sua maioria, no estádio de perfilhamento, enquanto algumas já iniciam a fase de elongação do colmo. As demais seguem em desenvolvimento vegetativo. O boletim indica que há homogeneidade no porte das plantas e que o estande final é considerado adequado. No entanto, a Emater/RS-Ascar observa que em áreas onde houve erosão superficial mais intensa, a emergência ou a fixação das plântulas foi parcialmente comprometida, resultando em menor densidade de plantas.
Antes das precipitações, foram realizadas adubações nitrogenadas em cobertura e controle de plantas daninhas em lavouras mais recentes. Nas áreas mais adiantadas, os tratos culturais foram finalizados. Também foi intensificada a aplicação de fungicidas, com foco no controle de doenças como manchas foliares.
A área cultivada no Estado está estimada em 1.198.276 hectares, com produtividade média projetada em 2.997 quilos por hectare.
No mercado, a análise divulgada pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), também na quinta-feira (31), aponta que os preços do trigo mantiveram-se estáveis no Brasil. No Rio Grande do Sul, a cotação permaneceu em R$ 70,00 por saca nas principais praças, com a média estadual chegando a R$ 69,62 por saca, a menor registrada após um longo período. Já no Paraná, houve viés de baixa. Em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, a média caiu para R$ 76,00 por saca, enquanto outras regiões mantiveram o preço em R$ 78,00.
Enquanto o plantio se encerra no Sul do país, estados do Centro-Oeste e de Minas Gerais já iniciaram a colheita da cultura.