
O mercado de milho enfrenta um cenário de pressão, com preços impactados por fatores internos e externos. Segundo a TF Agroeconômica, a melhor janela para vendas já passou e nunca deve coincidir com o período de safra, quando os preços tendem a ser os mais baixos do ano. A recomendação é vender antes ou depois, preferencialmente fixando preços nos mercados futuros da B3 ou de Chicago, evitando riscos de entrega e garantindo valores atrativos.
Entre os fatores de alta, destaca-se o volume expressivo de exportações dos EUA na última semana, que superou expectativas e indicou demanda robusta, mesmo em meio à tensão tarifária. O USDA reportou vendas de 3,16 milhões de toneladas para 2025/2026, acima do previsto pelos traders. Contudo, o mercado ainda avalia se esse movimento é resultado de demanda consistente ou antecipação de compras diante de possíveis retaliações comerciais.
No entanto, os fatores de baixa predominam. A previsão de safra recorde nos EUA, com estimativas privadas chegando a 414,6 milhões de toneladas, aliada a condições climáticas favoráveis (73% das lavouras em boas ou excelentes condições), pressiona as cotações. No Brasil, a colheita da safrinha avança rapidamente, com previsões elevadas pela Conab e StoneX, podendo levar a uma produção total acima de 139 milhões de toneladas.
Somam-se a isso as incertezas da guerra tarifária entre EUA e China, que geram cautela entre investidores e fortalecem a visão pessimista no mercado. Mesmo com exportações brasileiras aquecidas, especialmente até outubro, o excesso de oferta global e a perspectiva de safra recorde nos dois maiores produtores mantêm o viés baixista.