Colheita de citros segue em ritmo acelerado no Rio Grande do Sul
Limão Tahiti tem baixa procura em São José do Sul

A colheita de citros segue em ritmo acelerado no Rio Grande do Sul, com destaque para a finalização da safra da bergamotinha verde e o início da colheita de variedades maduras. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (15), a variedade Montenegrina está nos últimos dias de colheita no Vale do Caí, onde entre 90% e 95% da safra já foi retirada dos pomares.
Nos municípios de Montenegro, Maratá, Brochier e São José do Sul, o valor pago ao produtor pela caixa de 25 quilos da bergamotinha convencional está entre R$ 16,00 e R$ 16,50. O produto orgânico chega a R$ 22,00 por caixa. “Nas últimas semanas, houve redução nos preços, passando de R$ 20,00 para R$ 16,00 por caixa”, informou a Emater.
A colheita da variedade madura Caí teve início na última semana de abril. A comercialização começou em São José do Sul por R$ 75,00 a caixa de 25 quilos, mas atualmente a fruta está cotada em R$ 60,00. A tendência é de novas quedas de preço com o avanço da colheita. Em outros municípios da região, como Montenegro, Brochier e Maratá, os valores variam entre R$ 50,00 e R$ 60,00 por caixa, conforme calibre e qualidade do fruto.
A colheita da bergamota Ponkan também teve início. Em Montenegro e Brochier, onde 10% da área cultivada já foi colhida, os preços estão em R$ 50,00 e R$ 60,00 por caixa de 25 quilos, respectivamente. Em São José do Sul, o limão Tahiti está sendo comercializado a R$ 30,00 por caixa, mas os produtores relatam baixa procura.
Em Maratá, há expectativa de uma carga superior de frutos na variedade Montenegrina em comparação à safra anterior. Por outro lado, os pomares de laranja Valência na região apresentaram menor carga. A colheita vem sendo favorecida pelas chuvas recentes, que também melhoraram a qualidade dos frutos. O calor das últimas semanas, porém, intensificou a incidência de mosca-das-frutas nas variedades precoces, exigindo maior controle por parte dos produtores.
Na região de Passo Fundo, as variedades de laranja Valência e Folha Murcha estão em formação de frutos, enquanto Rubi e Salustiana encontram-se em maturação. Os preços pagos aos produtores pelas variedades precoces destinadas ao consumo in natura variam entre R$ 1,40 e R$ 2,00 o quilo. A produção excedente será enviada a empresas de Bento Gonçalves e Centenário. Segundo a Emater, há expectativa de aumento na área plantada, impulsionado pelos bons preços obtidos na última safra.
Na região de Santa Rosa, a colheita da Ponkan está em fase inicial. Já as colheitas de laranja Navelina, bergamota Okitsu, limão Tahiti e comum continuam avançando. A colheita da laranja do Céu está em sua etapa final. A escassez hídrica e as altas temperaturas do verão causaram abortamento de frutos, o que pode impactar o tamanho e a qualidade da produção. Apesar disso, as frutas apresentam bom teor de sólidos e sabor, favorecendo o consumo. Foram registrados danos por ácaro-da-leprose, especialmente em variedades precoces, mas a qualidade para consumo in natura e produção de suco segue preservada.
Em Uruguaiana, região de Bagé, produtores iniciaram a colheita da laranja Salustiana e da bergamota Ponkan. As chuvas em São Gabriel e Santa Margarida do Sul ajudaram a recuperar pomares afetados por queda de folhas e baixo desenvolvimento dos frutos.
Em Erechim, avança a colheita da bergamota Caí e outras variedades comuns, com preço ao produtor de R$ 1,50 o quilo. A laranja Iapar, Rubi e Salustiana também seguem sendo colhidas, com preço médio de R$ 1,30 o quilo. Parte da produção é destinada ao consumo in natura. A laranja Valência também começou a ser colhida, apesar do baixo grau Brix e excesso de acidez, sendo destinada à indústria de suco, com valor de venda de até R$ 1,00 o quilo na propriedade.