Trigo segue pressionado no Sul: mercado lateralizado
No Rio Grande do Sul, o plantio da safra 2025 segue lento

O mercado de trigo no Sul do Brasil continua apresentando pouca movimentação, com queda nos preços e retração nas compras. Segundo informações da TF Agroeconômica, os registros do CEPEA apontam recuo nos valores da safra velha tanto no Rio Grande do Sul quanto no Paraná — algo incomum para esta época do ano. A pressão vem da baixa demanda, da valorização do real frente ao dólar, da queda nos preços do trigo argentino e do aumento dos estoques, o que reduz a margem dos moinhos.
No Rio Grande do Sul, o plantio da safra 2025 segue lento, estagnado em aproximadamente 40% da área estimada, que não deve ultrapassar 1 milhão de hectares. As chuvas frequentes continuam dificultando o avanço dos trabalhos. No mercado internacional, o preço de exportação do trigo tipo BRL 12% recuou para US\$ 226, equivalendo a R\$ 1.277,00 com o câmbio atual, mas os moinhos seguem fora das negociações. Já no mercado interno, o preço da saca em Panambi se manteve em R\$ 70,00.
Em Santa Catarina, o ritmo de moagem e compras segue fraco, apesar da boa oferta, especialmente de trigo gaúcho. Os preços da safra velha variaram entre R\$ 1.330 e R\$ 1.500 por tonelada, conforme o tipo e a origem do produto. Segundo um moinho local, há cautela na reposição dos estoques. Para a safra nova, não há ofertas no momento, e os sementeiros relatam uma queda de 20% nas vendas de sementes em relação ao ano anterior. A Conab projeta uma redução de 6,3% na produção estadual, apesar de uma ligeira expansão da área plantada.
Os preços pagos ao produtor catarinense seguem praticamente estáveis, com valores oscilando entre R\$ 76,00 e R\$ 79,00 por saca nas principais praças. Canoinhas registrou R\$ 78,00, Joaçaba manteve-se em R\$ 76,00, e Xanxerê teve recuo de R\$ 1,00, fechando em R\$ 79,00. O cenário é de cautela, com expectativa por melhoria nas condições climáticas e por uma retomada da demanda nas próximas semanas.