Paraná deve ter safra recorde de tabaco em 2025/26
Tabaco segue como fonte de renda para pequenos produtores

Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária da quinta-feira (4), elaborado pelos analistas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área de tabaco projetada para a safra 2025/26 deve atingir 85,3 mil hectares. O número representa alta de 3% em relação à safra anterior, quando foram registrados 82,9 mil hectares, e supera o recorde de 83,6 mil hectares da safra 2005/06.
Com esse avanço, a produção esperada também pode ser recorde. A expectativa atual é de 217,5 mil toneladas, acima das 195,1 mil toneladas colhidas na safra passada, que detinha até então o maior volume. O Deral pondera que “para que se confirme tal produção, as plantas devem se desenvolver bem nos próximos meses”. Apenas pouco mais de 10% das áreas já receberam mudas, e a colheita deve se estender além de março de 2026, ficando sujeita às condições climáticas da primavera e do verão.
O boletim destaca que o clima será decisivo para repetir ou superar as produtividades recentes. Na última colheita, foram obtidos 2.352 quilos por hectare, e em anos anteriores já foi registrada média de 2.614 quilos por hectare. O Deral alerta, porém, para a formação do fenômeno La Niña, que pode trazer menos chuvas e geadas tardias ao estado.
A cultura do tabaco segue como alternativa relevante de renda para pequenos produtores, sobretudo no Sudeste do Paraná. Nos últimos anos, a expansão da soja havia limitado o crescimento da área tabageira, mas os preços menos remuneradores dos grãos nos últimos dois anos reduziram o ritmo de ocupação de áreas por grandes produtores. Essa conjuntura favoreceu o aumento do espaço destinado ao tabaco, reforçado pelos contratos firmados entre a indústria e os produtores, que garantem remuneração já no momento do plantio.