Atenção aos bancos: Blockchain no agro já é realidade

Em entrevista à CNBC, Eric Trump, filho do ex-presidente dos EUA, declarou que bancos tradicionais correm o risco de desaparecer em até 10 anos se não adotarem tecnologias como blockchain e criptoativos. “O sistema financeiro atual está falido, lento e caro”, afirmou, segundo a Coindesk. Para ele, soluções descentralizadas (DeFi) já realizam transferências mais rápidas, baratas e inclusivas. “Se os bancos não acordarem, desaparecerão”, concluiu.

Essa visão pode ser relacionada a setores distantes da política norte-americana, como o agronegócio brasileiro. Com uma cadeia produtiva extensa e dependente de crédito, o agro nacional começa a enxergar na tokenização uma saída promissora para reduzir burocracia, garantir liquidez e democratizar o acesso a financiamento. Os chamados “tokens do agro” transformam ativos reais, como sacas de grãos ou CPRs (Cédulas de Produto Rural), em criptoativos negociáveis com rapidez e segurança.

A Agrotoken, principal startup brasileira no segmento, deve tokenizar R$ 10 bilhões até 2025, apenas com contratos já fechados, segundo seu CTO Ariel Scaliter, durante o Smart Summit. A empresa já realizou R$ 200 milhões em emissões apenas nas últimas semanas. Com tokens fungíveis e lastreados por commodities agrícolas, a solução permite que os ativos sirvam como meio de pagamento, garantia ou investimento. Para escalar o processo, a Agrotoken também utiliza inteligência artificial na classificação de contratos e na análise de risco, tornando a operação mais ágil e segura.

A movimentação no setor não para por aí. A Tether, emissora da stablecoin USDT, adquiriu 70% da agroindustrial Adecoagro, com operações no Brasil, Argentina e Uruguai. A iniciativa faz parte da estratégia da empresa de investir em infraestrutura do mundo real, alinhando o campo à sua plataforma Hadron, que converte ativos físicos em tokens digitais.