Setembro deve registrar altas temperaturas e clima irregular
A previsão climática para setembro traz alertas para a agricultura

A previsão climática para setembro traz alertas para a agricultura. Chuvas irregulares e temperaturas elevadas devem alterar o desenvolvimento de culturas estratégicas em diferentes regiões do país, exigindo atenção redobrada dos produtores rurais para evitar perdas de produtividade.
Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a expectativa é de chuvas próximas da média em grande parte do Brasil. No entanto, há exceções relevantes: no Sul e em áreas do Amazonas, a tendência é de precipitações acima do normal, enquanto partes da Região Norte e do litoral nordestino podem registrar volumes abaixo da média histórica. Além disso, as temperaturas devem ficar acima da média em quase todas as regiões, reforçando o risco de estresse hídrico para diversas culturas.
Na Região Norte, as anomalias climáticas podem afetar cacau, açaí e outras frutíferas tropicais. Com chuvas irregulares e calor acima do esperado, estados como Roraima, Acre e o sudoeste do Pará podem enfrentar dificuldades na reposição hídrica, o que compromete não apenas a agricultura, mas também as pastagens utilizadas na pecuária.
Clique aqui e acesse AGROTEMPO No Nordeste, a previsão de chuvas próximas da normalidade deve beneficiar o milho e o feijão, garantindo boa disponibilidade hídrica para o enchimento dos grãos. Entretanto, áreas da Bahia e do Rio Grande do Norte devem ter precipitações abaixo da média, cenário que, associado às temperaturas elevadas, amplia os riscos de déficit hídrico para lavouras de sequeiro e forragem.
Já no Centro-Oeste, as chuvas devem se manter próximas à média, mas o calor acima de 1 ºC pode acelerar a evaporação da umidade no solo. O cenário é favorável para a colheita do milho segunda safra e do algodão, mas preocupante para a soja em implantação e o feijão de terceira safra, que podem ter germinação e enchimento de grãos prejudicados. Nesse contexto, o manejo da irrigação e a conservação do solo tornam-se práticas indispensáveis.
No Sudeste, o equilíbrio das chuvas deve favorecer a colheita de café e cana-de-açúcar, mas o calor pode exigir maior controle hídrico para lavouras de milho e soja precoce. A aceleração dos processos fisiológicos das plantas e o aumento da evapotranspiração podem afetar diretamente o potencial produtivo, caso não haja regularidade das precipitações.
Por fim, o Sul deve enfrentar chuvas acima da média, especialmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Apesar de positivo para lavouras em desenvolvimento, o excesso de umidade pode prejudicar o plantio de culturas de inverno como trigo, cevada e aveia, sobretudo em solos de baixa drenagem. O Paraná, por outro lado, deve sentir os efeitos das temperaturas elevadas, que favorecem a cana-de-açúcar, mas podem dificultar a condução de cultivos mais sensíveis ao calor.