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"É preciso paciência e esperar por condições climáticas mais favoráveis", diz pesquisador da RTC/CCGL

Dr. Tiago Hörbe destaca que os agricultores estão vulneráveis



Foto: Reprodução/Redes Sociais

O estado do Rio Grande do Sul enfrenta uma situação crítica após as recentes enchentes que devastaram várias cidades. Entre a última semana de abril e os primeiros dias de maio, chuvas intensas atingiram o estado, acumulando o equivalente a três meses de precipitação em poucos dias.  As enchentes impactaram de maneira mais intensa as regiões central e sul do Rio Grande do Sul, com rios atingindo níveis históricos e rompendo barragens.

A infraestrutura do estado foi gravemente comprometida, com diversas estradas estaduais e municipais bloqueadas, pontes destruídas e deslizamentos de terra, dificultando a mobilidade e o transporte, inclusive de veículos de resgate e saúde. As inundações deixaram milhares de desabrigados e resultaram em mais de uma centena de vítimas fatais, impactando severamente tanto as áreas urbanas quanto a agricultura. 

O Dr. Tiago Hörbe, pesquisador da RTC/CCGL, destaca que os agricultores estão particularmente vulneráveis. “Os desafios relacionados à conservação do solo e à manutenção das culturas são imensos em meio a este cenário de calamidade”, afirma Hörbe. O excesso de chuva levou à saturação do solo, dificultando o manejo e a implantação das próximas culturas. “Estamos em um período crítico para a agricultura, na transição do verão para o outono, quando ocorre a colheita da soja e a implantação das culturas de inverno. Com o solo descoberto e pouco aporte de palha deixada pela soja, os problemas de erosão se agravam”, explica o pesquisador.

Hörbe ressalta a importância de adotar práticas conservacionistas para mitigar os danos. “O manejo adequado da água e do solo é essencial, assim como a paciência para esperar condições climáticas mais favoráveis para o plantio das culturas de inverno. Implantar as culturas apenas quando o solo estiver em condições ideais evita problemas de plantabilidade e garante um bom desenvolvimento das plantas”, pontua.

Os produtores que enfrentaram atrasos na colheita da soja devido às chuvas devem realizar análises pontuais para quantificar as penalizações na produtividade. Em algumas áreas, as perdas foram totais, com abertura de legumes e germinação dos grãos devido à combinação de altas temperaturas e umidade excessiva. Nestes casos, análises locais são necessárias para determinar a viabilidade da colheita. O momento exige dos agricultores gaúchos um olhar atento e estratégico sobre os desafios impostos pelo excesso de chuva. É necessário traçar estratégias para minimizar os prejuízos e garantir a sustentabilidade do setor agrícola, mesmo diante de eventos climáticos extremos. A resiliência e a adaptação são essenciais para enfrentar as adversidades atuais e futuras.

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