Seca castiga lavouras de milho safrinha
Ausência de chuvas em estádios decisivos, vem penalizando a produtividade
Segundo o boletim semanal de monitoramento de lavouras da Conab, a safra de milho safrinha enfrenta um quadro crítico em diferentes regiões do Brasil, com destaque para a estiagem que se desenvolve no Brasil Central.
Em Mato Grosso, o desenvolvimento das lavouras na fase reprodutiva é positivo, com a maioria das áreas apresentando bom crescimento, o que é crucial para a fase de enchimento dos grãos.
Por outro lado, no Paraná, a situação é mais complexa devido à predominância de tempo seco e quente, que tem prejudicado significativamente as lavouras localizadas nas regiões do Sudoeste e Sul do estado. Apesar disso, este clima tem favorecido o manejo de pragas e doenças, cuja incidência aumentou nesta safra.
A falta de chuvas e o clima quente também foram sentidos em Mato Grosso do Sul, onde contribuíram para a antecipação do ciclo das plantas e redução do peso dos grãos, impactando negativamente o potencial produtivo.
Em Goiás, as condições são variadas. Enquanto a maioria das lavouras apresenta boas condições, as que foram semeadas mais tardiamente estão enfrentando déficit hídrico, o que pode afetar o rendimento final.
Situação similar ocorre em São Paulo e Minas Gerais, onde a falta de chuvas está comprometendo o potencial produtivo das plantações, especialmente aquelas mais atrasadas que enfrentam baixa umidade do solo.
No Tocantins, as lavouras estão majoritariamente nos estágios reprodutivos e, assim como no Maranhão e Piauí, as condições de desenvolvimento são favoráveis, impulsionadas pela regularidade das chuvas que sustentam o crescimento das plantas. No Pará, apesar de uma redução nas precipitações, as lavouras ainda apresentam bom desenvolvimento, indicando uma capacidade de adaptação das culturas às variações climáticas.
Progresso de Safra
Semana de 06 a 12 de maio de 2024.
Fonte: Conab
A colheita do milho safrinha deve se iniciar no decorrer das próximas semanas, com indicativos disso nas lavouras mais adiantadas. Pelo menos 14,1% das áreas monitoradas pela Conab já atingiram a maturação. Estádio que deve ser beneficiado pelas condições mais quentes.
No entanto, 58,9% das lavouras estão em enchimento de grãos e outros 22,4% estão na floração, estádios que ainda demandam uma necessidade hídrica elevada. Durante as fases de floração e enchimento de grãos, o consumo diário pode alcançar entre 7 a 10 mm por dia, refletindo a alta demanda hídrica nesses estágios. Demanda que não vem sendo suprida ao longo das últimas semanas.
Áreas em tons mais escuros indicam setores com menor quantidade de registro de chuvas. Fonte: Agrotempo
Na tendência das necessidades hídricas das lavouras 31 (40,2%) macrorregiões estão classificadas com boas reservas, enquanto 38 (49,4%) estão classificadas com restrição no potencial produtivo por falta de chuvas. Agora uma limitação exclusiva ao Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina é o excesso de chuvas, em 8 (10,4%) das microrregiões classificadas pela Conab.
O cenário se torna delicado, pois as previsões de médio prazo não trazem um indicativo de chuvas regulares para algumas áreas do Brasil central.