Frete caro e colheita desigual influenciam mercado do milho no Brasil
Cenário nacional ainda é de cautela

Os preços do milho têm mostrado sinais de recuperação em algumas regiões do Brasil, especialmente no estado de São Paulo, onde a colheita avança em ritmo mais lento. Apesar disso, a média de julho ainda registra queda acumulada, refletindo o cenário heterogêneo da colheita no país e a expectativa de compradores por preços mais baixos nas próximas semanas.
De acordo com informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa para a praça de Campinas (SP) tem reagido nos últimos dias, impulsionado pela menor oferta por parte dos vendedores nas regiões em que a colheita está atrasada. No entanto, esse movimento de alta é contrabalançado pela pressão vinda do Centro-Oeste, onde o ritmo acelerado da colheita amplia a disponibilidade do cereal no mercado.
Outro fator que tem influenciado os preços é o aumento no custo dos fretes rodoviários. Segundo agentes consultados pelo Cepea, essa alta nos transportes tem servido como suporte adicional para os valores praticados, principalmente em áreas onde a logística representa uma fatia significativa dos custos operacionais.
Apesar disso, a comercialização do grão segue contida. Pesquisadores do Cepea observam que parte dos consumidores, já abastecida, está aguardando o avanço da colheita nas próximas semanas para retomar as compras. A expectativa é de que o aumento da oferta pressione os preços para baixo, criando oportunidades de aquisição em patamares mais atrativos.
As boas perspectivas para a produção nacional e mundial também colaboram para esse comportamento mais cauteloso no mercado. Com safras promissoras à frente, muitos compradores optam por esperar, apostando em uma janela mais favorável para fechar novos negócios.