Safra de cana: clima ainda é decisivo
Para reduzir o risco climático, Pedroso destaca o papel da irrigação

A safra 2025/2026 da cana-de-açúcar no Centro-Sul começa marcada por um cenário distinto do ano anterior, quando a seca e os incêndios prejudicaram a produção. Este ano, as chuvas prolongadas entre março e julho favoreceram a rebrota dos canaviais recém-colhidos, garantindo uma alta população de plantas e melhores perspectivas para a próxima safra. No entanto, a qualidade da cana colhida até agora ficou abaixo de 2024, com média de 122,4 kg/ton segundo o PECEGE.
De acordo com Daniel B. Pedroso, engenheiro agrônomo e especialista agronômico sênior da Netafim Brasil, o excesso de plantas também pode gerar competição por nutrientes, luz e, principalmente, água, sobretudo agora, no início do período de estiagem que tende a se estender até novembro. Nesse contexto, o retorno das chuvas no momento certo será decisivo para definir se haverá alta produtividade ou quebra acentuada.
Para reduzir o risco climático, Pedroso destaca o papel da irrigação, especialmente a por gotejamento, que aplica água diretamente na raiz com alta eficiência — estimada entre 95% e 100% — e baixa intensidade, suprindo a demanda hídrica de forma precisa. Assim, o setor sucroenergético enfrenta mais uma safra dependente das condições climáticas, mas com a possibilidade de adotar soluções tecnológicas para evitar perdas e garantir maior estabilidade produtiva.
“Concluindo: a safra 2025/2026, mais uma vez, será determinada por questões climáticas. O retorno — ou não — das chuvas será o fator preponderante. Nesse contexto, temos duas opções: perder o sono e aguardar até novembro ou investir em um sistema de irrigação e parar de depender do clima para nossas tomadas de decisão. A escolha é sua”, conclui.