Bioinsumos: Nem tudo é o que parece
“Produtos aparentemente “iguais” podem entregar resultados muito diferentes"

Segundo o Dr. Álefe Borges, gestor de portfólio na Bionat Soluções Biológicas, em uma publicação no seu perfil da rede social LinkedIn, muitos produtores ainda baseiam suas escolhas no mercado de bioinsumos apenas no preço por litro ou quilo, sem avaliar o que realmente estão adquirindo. A grande questão é: estão comprando mais ingrediente ativo ou mais material inerte?
A diferença entre produtos pode ser gigantesca. A concentração de ingredientes ativos, como conídios de fungos entomopatogênicos, varia de 1x108 até 1x10¹° conídios por grama — ou até mais. Na prática, isso representa uma diferença de até 100 vezes na quantidade de microrganismos aplicados por hectare, mesmo utilizando a mesma dose recomendada na bula.
De acordo com o especialista, o que muitos não percebem é que produtos que parecem semelhantes podem gerar resultados muito diferentes, especialmente quando se adota uma estratégia inundativa, onde o sucesso do controle depende da quantidade efetiva de microrganismos que atinge o alvo, como insetos e ácaros.
“Produtos aparentemente “iguais” podem entregar resultados muito diferentes, principalmente quando a estratégia é inundativa, onde o sucesso depende da carga de ativo que atinge o alvo (insetos ou ácaros)”, indica.
Por isso, antes de escolher um produto biológico, é essencial observar três fatores: a concentração por grama, a dose por hectare e, principalmente, a viabilidade e qualidade dos microrganismos. No fim, o melhor custo-benefício não está no preço mais baixo, mas em adquirir mais ativo e menos inerte — com ciência, clareza e estratégia para garantir eficiência no campo.