Arroz encalhado pressiona preços no Brasil
Essa grande oferta de arroz sem escoamento gera uma estagnação no mercado interno

O mercado brasileiro de arroz está parado, com os preços da saca entre 60 e 70 reais há semanas. De acordo com Sergio Cardoso, diretor de operações da Itaobi Representações, o principal motivo é o estoque elevado, que pode ultrapassar 4,5 milhões de toneladas acima do consumo anual do país.
A produção fora do Rio Grande do Sul e Santa Catarina soma cerca de 2,8 milhões de toneladas. Além disso, as importações do Mercosul podem chegar a 1,6 milhão de toneladas. Com isso, o estoque total de arroz no Brasil está estimado entre 13,5 e 14,5 milhões de toneladas, um volume que pressiona o mercado e mantém os preços em patamares baixos.
Essa grande oferta de arroz sem escoamento gera uma estagnação no mercado interno. Se o setor não conseguir ampliar as exportações rapidamente, a tendência é que os preços continuem baixos até a próxima safra ou até mesmo se desvalorizem ainda mais. O cenário fica ainda mais desafiador devido à forte concorrência dos Estados Unidos, que disputam mercados internacionais com o Brasil.
Além disso, os riscos geopolíticos, como tensões entre países e barreiras comerciais, encurtam ainda mais a janela de oportunidade para exportação. Isso dificulta a saída do excesso de estoque e preocupa produtores e representantes do setor, que veem a necessidade urgente de medidas para destravar o mercado e garantir melhor remuneração aos produtores.
Sem uma reação rápida, o cenário para o arroz no Brasil pode se manter complicado, refletindo diretamente na renda dos agricultores e na dinâmica de toda a cadeia produtiva. Portanto, o momento exige atenção especial para que as soluções exportadoras sejam efetivadas e o mercado volte a ter mais equilíbrio.