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Tarifa dos EUA não deve afetar peixe do Paraná

Cooperativas minimizam impacto tarifário



Foto: Pixabay

As possíveis mudanças na política tarifária dos Estados Unidos, que podem elevar as alíquotas de importação de pescados para 50% a partir de agosto, não devem impactar de forma significativa as exportações do setor pesqueiro paranaense. A avaliação é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), conforme indicado no Boletim de Conjuntura Agropecuária publicado nesta quinta-feira (24).

De acordo com o levantamento do Deral, em 2024 o Paraná exportou 7,6 mil toneladas de peixes, com quase todo o volume destinado ao mercado norte-americano. As exportações somaram US$ 34,3 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 200 milhões.

Segundo os técnicos do Deral, caso a tarifa de fato seja implementada, o impacto financeiro sobre as principais cooperativas exportadoras do estado tende a ser pequeno. “O foco principal da operação, neste momento, é a abertura e consolidação de um novo segmento de mercado, e não necessariamente a obtenção de lucro”, aponta o boletim. As duas maiores cooperativas envolvidas nas exportações somam faturamento anual superior a R$ 32 bilhões. Assim, o efeito da medida representaria menos de 1% do total de receitas dessas organizações.

Ainda conforme o boletim, caso o cenário mais adverso se confirme e as exportações sejam inviabilizadas, a produção poderá ser redirecionada ao mercado interno sem risco de desequilíbrios. O Deral avalia que o consumo doméstico tem capacidade de absorver os volumes hoje enviados ao exterior, sem provocar oscilações de preços. Há também a possibilidade de ajustes operacionais por parte das cooperativas, como o adiamento da despesca ou a redução da criação nos ciclos seguintes.

O boletim também alerta para um cenário distinto em nível nacional. Em 2024, o Brasil exportou US$ 224,3 milhões em pescados. Estados como Ceará e Pará, onde a produção é mais pulverizada, podem enfrentar impactos maiores, sobretudo entre produtores de menor escala. Nesse caso, a elevação das tarifas pode comprometer a competitividade do setor em algumas regiões e exigir medidas de adaptação específicas.

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