Milho segue trajetória tradicional de preços

De acordo com análise da TF Agroeconômica, os preços do milho seguem seu comportamento tradicional em "V", com quedas desde o plantio até a colheita, seguidas por uma recuperação à medida que os estoques vão sendo consumidos pelo mercado interno e pelas exportações. Diante desse cenário, a recomendação principal da consultoria é que os produtores fixem seus preços agora, tanto no mercado físico quanto na B3, assegurando melhores cotações para os compromissos da safra. Caso haja excedente, a sugestão é armazenar o produto para vendas no segundo semestre, desde que os custos de carregamento permitam.

Entre os fatores de alta observados, destacam-se as condições climáticas favoráveis nos Estados Unidos, que impulsionam uma expectativa recorde de safra de 400 milhões de toneladas, embora com incertezas quanto ao desenvolvimento geopolítico. Também contribuem para o viés altista a redução nas exportações da Ucrânia — que somam 18,644 milhões de toneladas no ciclo 2024/25, contra 23,074 milhões no mesmo período do ciclo anterior — e o aumento das importações pela União Europeia, com elevação de 10,92% em relação ao ano passado. Além disso, a flexibilização de tensões comerciais por parte dos EUA com países como China, México, Canadá e Japão melhora o ambiente internacional para o grão.

Por outro lado, alguns elementos mantêm pressão baixista sobre o mercado. No Brasil, a redução no ritmo de aumento dos preços da carne e do etanol, somada ao bom desenvolvimento da segunda safra (safrinha), reduz o apetite dos compradores. Isso tem resultado em recuos semanais e mensais nos preços. Atualmente, a valorização anual do milho é de apenas 8,84% para 2025, abaixo do desempenho já registrado por outros grãos.